Uma fonoaudióloga está sendo investigada por torturar crianças autistas em seu consultório particular. O caso aconteceu em Duartina, no interior de São Paulo e prints de conversas mostram que a suspeita teria xingado os pacientes em mensagens.
As imagens fazem parte de denúncias de várias mulheres cujos filhos foram atendidos por Bianca Rodrigues Lopes Gonçalves.
Uma ex-funcionária, que teria registrado imagens, áudio e vídeos das crianças durante os atendimentos, também encaminhou material à polícia.
Contratada como acompanhante terapêutica de um dos meninos atendidos, a mulher disse que a fonoaudióloga a instruía a supostamente forjar os atendimentos não realizados nas agendas das crianças.
Além disso, segundo ela, a profissional teria mantido pacientes trancados em uma sala específica chamada de “sala de luz”. Ela ainda afirmou que optou por formalizar a denúncia quando viu um menino receber um tapa.
Segundo os relatos, as conversas seriam de agosto de 2021.
O delegado Paulo Calil disse que as filmagens feitas no aparelho foram encaminhadas para a perícia. O delegado disse que apura o crime de tortura.
Em nota, a defesa da fonoaudióloga informou que colabora com as investigações policiais. Além disso, afirmou que a família teve de sair da casa com medo de represálias.
“A defesa aguarda o laudo dos vídeos e colabora com as investigações. Sobre os prints, a defesa não irá se manifestar para preservar as partes envolvidas e por entender que o processo irá tramitar em segredo de Justiça.”, disse a defesa por telefone.
Uma mãe contou ao g1 que o filho, de seis anos, teria sido agredido na boca pela fonoaudióloga. Segundo ela conta, a criança levou um tapa por ter mordido a profissional.
O menino foi diagnosticado com autismo também em grau severo e, desde os dois anos, é levado para o acompanhamento multidisciplinar. Há dois anos, segundo a mulher, o filho também não demonstra evolução no tratamento.