O presidente Lula (PT) especulou que o nome de Sergio Moro (União Brasil) na operação da Polícia Federal que impediu um atentado de uma facção criminosa contra autoridades públicas seria “uma armação” do senador. “Se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda”, enfatizou o presidente durante discurso.
O presidente estava no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Ele visitou as instalações do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha, lançado em 2008.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a investigação provava que não há aparelhamento na PF. “A investigação é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”, declarou ontem.
Em contraponto, a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann acusou Moro de se vitimizar, mas elogiou a atuação da PF: “É óbvio que o ex-juiz Sergio Moro vai querer se vitimizar, mas temos que esclarecer o que a Polícia Federal fez. A atuação por si só da Polícia Federal e essa operação deixam claro que o presidente Lula e esse governo não têm o objetivo de vingança.”.
Além do senador, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, também era um dos alvos do grupo. De acordo com a Polícia Federal ontem, 22, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão.
Trecho da fala de Lula:
“Eu acho que é mais uma armação do Moro. Quero ser cauteloso, é visível que é uma armação do Moro. Vou pesquisar, vou saber. Fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Eu vou pesquisar e saber o porquê da sentença. Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda. Não sei o que vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está mentindo.”.
Durante sessão no Senado, Moro lamentou a fala de Lula em sessão no Senado, quando aproveitou para defender um projeto de lei de sua autoria para punir quem planejar ataques contra autoridades.