A Polícia Civil de SP está investigando a participação de mais dois suspeitos no ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista, onde um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professoras e um estudante dentro da sala de aula na hora da chamada, na segunda-feira (27).
Os dois adolescentes também são estudantes do colégio. Um deles foi identificado em imagens fornecidas pela escola à polícia conversando e entrando com o agressor no banheiro, minutos antes do ataque. E o outro foi colocado como suspeito por ter ‘incentivado o agressor’ em postagens em redes sociais.
“Verificamos que um aluno da escola esteve com o adolescente infrator minutos antes da ocorrência dos fatos, eles conversaram e adentram no banheiro. O aluno da escola sai um pouco antes e, em seguida, o agressor já sai utilizando a máscara, o boné e toda a vestimenta”, afirmou o delegado Marcos Vinicius Reis, responsável pela apuração do ataque.
O adolescente foi ouvido, junto da mãe, e nega que tenha participado do ataque. “Disse que apenas conversou com ele, mas o temos como suspeito. Ele não estava no nosso radar, mas passa a ser suspeito de ter participado ou auxiliado de alguma forma.”
Um outro aluno, que era da mesma sala do agressor, também passou a ser suspeito. “Temos como suspeito de ter participado, ou até mesmo um viés de induzimento, instigação, porque existem algumas postagens desse aluno no objetivo de incentivar o adolescente infrator. Agora, teremos tempo para investigar essa possível coautoria, seja na instigação, induzimento ou auxílio material”, disse o delegado.
A partir de agora, a Polícia Civil vai focar na análise dos materiais encontrados nos aparelhos eletrônicos do agressor, que foram apreendidos. Nesta quarta-feira (29/3), o Ministério Público de SP deu parecer favorável à quebra do sigilo dos equipamentos. A investigação aguarda a autorização judicial para começar a analisar o material.
Além disso, a polícia deve ouvir a professora Ana Célia da Rosa nesta quinta (30). Ela recebeu alta do Hospital nas Clínicas nessa terça (28). Além da diretora de uma escola anterior onde o estudante infrator estudou.
A polícia já ouviu cerca de 40 pessoas. Outra frente da investigação será a reconstituição da cena por meio das imagens de câmeras de segurança. A ideia é recapitular cronologicamente, passa a passo, as ações do adolescente até o início do ataque.