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Assassinato dos irmãos Novelino completa 17 anos; um dos mandantes foi solto pela Justiça

Irmãos Novelino
O caso aconteceu em 2007, no Pará (Foto: reprodução)

Em abril de 2007, um crime bárbaro chocou os paraenses. Os irmãos e empresários Ubiraci e Uraquitã Novelino foram sequestrados, assassinados e tiveram os corpos jogados na baía do Guajará. Os mandantes e os assassinos foram julgados e condenados.

Assassinato dos irmãos Novelino completa 17 anos.

O crime foi encomendado pelo também empresário João Batista Ferreira Bastos, conhecido como Chico Ferreira, com a ajuda do radialista Luiz Araújo. 

Chico Ferreira foi um dos mandantes do assassinato dos irmãos Novelino.

Juntos, Ferreira e Araújo contrataram o ex- policial Sebastião Cardias Alves e o ex-fuzileiro naval José Augusto Marroquim para a execução dos assassinatos.

Sebastião Cardias foi um dos executores do crime.

Os quatro réus acusados pelo crime foram condenados a 80 anos de prisão. Hoje, um deles ainda cumpre pena em regime fechado, um está em prisão domiciliar e dois morreram. O BT procurou saber como estão os culpados, mas antes vamos relembrar o caso.

O CRIME

Segundo as investigações da polícia, os irmãos Novelino emprestaram R$ 4 milhões ao empresário Chico Ferreira, que não conseguiu pagar o valor. Pressionado, Ferreira elaborou um plano junto do radialista Luiz Araújo para matar os irmãos Novelino e, assim, não precisar pagar pela dívida.

Então, os dois decidiram atrair os irmãos para a sede de uma das empresas de Ferreira para que os executores entrassem para simular um assalto. 

A preparação para o assassinato começou no dia anterior, quando os funcionários da empresa foram avisados de que, no dia seguinte, o expediente só iria até às 19hs.

Pouco depois desse horário, os irmãos chegaram à Service Brasil em um Toyota Corolla de cor preta. Depois, a investigação mostrou que o carro não era dos irmãos Novelino, que pegaram um veículo emprestado para atender os pedidos de Ferreira de que não utilizassem um carro próprio para ir à empresa.

Com o sumiço dos dois filhos, o pai deles, Ubiratan Lessa Novelino, acionou a polícia e foi até a sede da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe). E então começou uma verdadeira caçada em busca dos irmãos.

O caso, que ainda era sobre o desaparecimento dos dois irmãos, começou a ser rapidamente acompanhados pela mídia local e pela população, que passou a cobrar um desfecho que começou a se arrastar por mais de 10 dias.

A INVESTIGAÇÃO

A investigação começou a se desenrolar quando a perícia encontrou sinais de sangue humano no auditório da Service Brasil, local em que os irmãos foram se reunir com o empresário. Só então a polícia pôde confirmar a ligação de Chico Ferreira e Luiz Araújo com o caso.

Outro fato que levou a investigação até o radialista foi que Luiz Araújo não abandonou o Corolla dirigido pelas vítimas. Ainda na madrugada do crime, ele levou o carro ao próprio sítio, localizado em Benfica, na intenção de desmontar o veículo.

Entretanto, vizinhos do radialista estranharam o barulho e acionaram a polícia. Chegando lá, as autoridades viram que tratava-se do carro utilizado pelos irmãos Novelino. Luiz Araújo foi o primeiro a ser ligado ao crime.

A partir daí foi descoberto que Ubiraci e Uraquitã tiveram as mãos algemadas e foram amordaçados, encapuzados, espancados e estrangulados com mangueiras de borracha. Seus corpos foram colocados em barris de plásticos que foram cimentados e atirados na Baía do Guajará.

As buscas pelos corpos mobilizaram diversas forças e, oito dias após o desaparecimento, o corpo de Ubiraci foi encontrado. Três dias depois, o corpo de Uraquitan foi localizado, dando fim às buscas do Corpo de Bombeiros. Os dois irmãos estavam há mais de 17 metros de profundidade.

OS RÉUS PELO ASSASSINATO

Ubiraci e Uraquitã Novelino foram mortos pelo ex-policial Sebastião Cardias Alves e o ex-fuzileiro naval José Augusto Marroquim. A dupla foi contratada para matar e se livrar dos corpos dos irmãos.

Em novembro de 2007, meses após os assassinatos, o julgamento dos réus definiu a sentença de 80 anos de prisão por duplo homicídio triplamente qualificado para Sebastião Cardias e José Augusto Marroquim.

Em dezembro de 2015, Sebastião Cardias deixou o Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (CRECAN). A defesa do ex-policial entrou com pedido na Justiça para que Cardias pudesse tratar, em casa, complicações de saúde provocadas pelo diabetes. O alvará de liberdade provisória durou 90 dias e, nesse período, o ex-militar ficou sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Em 2023, ele morreu no Hospital Municipal de Santa Izabel, onde investigava uma doença pulmonar, com suspeita de câncer no pulmão. 

O ex-fuzileiro naval José Augusto Marroquim, que recebeu a mesma sentença que o ex-policial, cumpre pena no Presídio Estadual Metropolitano I em Americano.

O radialista Luiz Araújo morreu em 9 de abril de 2010, depois de passar 23 dias em coma lutando contra a hipertensão. Natural de Abaetetuba, Araújo cumpria pena na Penitenciária Federal de Campo Grande (MT), e morreu no Hospital Regional de Campo Grande.

Já o empresário Chico Ferreira, também condenado a 80 anos, cumpria pena no Presídio Estadual Metropolitano I, mas foi solto no dia 11 de abril após alvará de soltura determinado pelo Tribunal de Justiça.

O BT entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Pará para solicitar informações sobre a soltura de Chico Ferreira, mas, até o momento, não obtivemos retorno. O espaço segue aberto.

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