O produtor cultural, que atua realizando eventos no cenário cultural de Belém, Marcelo Damaso, desenvolvendo festivais, como Se Rasgum e o Festival Sonido, publicou em suas redes sociais uma reflexão sobre as dificuldades dos produtores de cultura locais em conseguir patrocínio e investimento para a realização de eventos com artistas da terra.
“Às vésperas da COP30, o Festival Sonido não terá sua 7º edição por falta de patrocínio. Um evento gratuito que fomenta cena musical instrumental, trabalha em parceria com os permissionários do Ver-o-Peso e envolve um público diversificado e interessado em música instrumental e experimental. Mas a questão é que o Sonido é apenas o início dos problemas. Como vai ser em 2026? Os projetos super interssados em vir pro Norte vão continuar aportando verbas em produtoras de fora para realizar o que sempre fizermos aqui? Os projetos estruturais locais não estão nos planos da COP30? Ouvai ver projetos e pessoas de fora para ocupar nossos espaços e nosso discurso”, lamenta de forma reflexiva Damaso.
E ele contiua a reflexão apontando que os produtores culturais e artistas poderão ficar de mãos atadas:
“Ficamos espremidos entre a possibilidade de continuar fazendo o nosso trabalho e tendo o reconhecimento da classe artística de todo o Brasil, ou de ver os holofotes virados para Belém sem poder fazer nada, porque a arte e cultura, num momento como esse (de COP30), voltam pro final da fila, e podemos começar a se acotovelar em um estádio atrás de medalhões que Belém nunca sonhou em ter”, finaliza.
SONIDO EM 2023
Ao longo da reflexão, ele disse que a 7° edição do Festival Sonido não vai acontecer por falta de patrocínio. No ano passado, o evento recebeu o patrocínio do Ministério da Cultura e do Banpará, e levou música boa e artistas do Pará e do Brasil ao Mercado de Carnes, no complexo Ver-o-Peso, que teve entrada gratuita.
Perguntamos ao Ministério da Cultura e ao Banpará por que ambos não patrocinarão o festival este ano. Em resposta, o Ministério disse que não patrocina o Sonido de forma direta:
“O Ministério da Cultura (MinC) informa que não faz patrocínio direto. Com relação ao Festival Cultural Sonido, em anos anteriores, o proponente fez captação de recursos por meio da Lei Rouanet. O último projeto apresentado de 2023, porém, mencionado o ano de 2024 no título, foi aprovado pelo MinC para captação, mas não consta valor captado. Logo, reforçamos que um proponente (produtor), seja pessoa jurídica ou física, precisa captar o recurso através de empresas ou pessoas que queiram dar recursos em troca de abatimento no imposto de renda. Todo cidadão pode conferir pelo sistema Salic, plataforma que o Ministério disponibiliza, a lista de incentivadores na cultura pela Lei Rouanet, na qual é possível pesquisar com diversos filtros: por ano, por região, por tipo de pessoa, etc. Acesse o site: https://aplicacoes.cultura.gov.br/comparar/salicnet/“.
O Banpará não respondeu ao nosso contato.
SEJA UM PATRICONADOR DO SONIDO 2024
O Dj e produtor cultural, Marcelo Damaso, que promove o Se Rasgum e o Sonido, disse ao BT que o evento está aberto a receber patrocínio para que a 7º edição aconteça este ano.
“Estamos abertos a patrocínio para o Sonido acontecer ainda esse ano. Quem estiver interessado, pode nos procurar nas redes sociais”, explicou.
Canais de contato: Damaso Se Rasgum (CLIQUE AQUI)