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Professora acusa ministro dos direitos humanos de assédio sexual

(Foto: reprodução/ redes sociais)

A professora Isabel Rodrigues, ex-amiga do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou ter sofrido assédio sexual por parte dele. Em um vídeo divulgado em sua conta no Instagram nesta sexta-feira (6), Isabel relatou que o incidente ocorreu em agosto de 2019, durante um almoço com Almeida e outros colegas de curso.

PROFESSORA ISABEL RODRIGUES

“Eu conheci o Silvio Almeida em uma reunião da Escola do Governo. Ele era membro do Conselho Pedagógico, conversamos algumas coisas no contexto da Escola do Governo, e eu era amiga do Silvio Almeida”, relatou Isabel. Ela explicou que havia assistido como ouvinte a um curso ministrado por Almeida em parceria com outros colegas, e que, após o evento, o grupo foi almoçar em um restaurante na Praça da República.

Isabel descreveu o episódio, dizendo que estava sentada ao lado de Almeida quando ele teria levantado sua saia e tocado suas partes íntimas sem consentimento. “Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem. As vítimas ficam com vergonha e esse caso teve muitos retornos na minha vida. Demorou pra eu entender que eu estava sendo vítima de violência sexual”, declarou.

O caso veio à tona após a organização Me Too Brasil divulgar, na quinta-feira (5), uma série de acusações de assédio sexual contra Silvio Almeida, envolvendo diversas mulheres. Uma das supostas vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, conforme publicado pelo portal Metrópoles. Até o momento, Anielle Franco não se pronunciou sobre as alegações.

Professora
(Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados)

Em resposta às acusações, o ministro Silvio Almeida negou todas as denúncias. Em nota, ele afirmou: “O que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.

Isabel Rodrigues, que também é candidata a vereadora pelo PSB em Santo André, disse ter hesitado em tornar o caso público na época, por medo de represálias. “Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos, e o motivo maior foi o medo de isso voltar contra mim. Silvio tem o conhecimento da lei e poderia facilmente fazer as coisas mudarem de rumo”, explicou. Segundo Isabel, dias após o incidente, ela entrou em contato com Silvio Almeida para esclarecer a situação, mas foi chamada de “louca” por ele. Almeida teria afirmado que buscaria ajuda de um terapeuta “por ter feito mal a uma amiga que gostava muito”.

A repercussão do caso chamou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se pronunciou pela primeira vez na tarde desta sexta-feira (6), em entrevista à rádio Difusora Goiânia. O presidente afirmou que “quem pratica assédio não vai ficar no governo”, mas ressaltou a necessidade de apuração das denúncias antes de qualquer decisão.

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