O que era pra ser uma viagem em família, virou pesadelo depois que a empresária goiana, Alline Fernandes Dutra, de 36 anos, foi presa por engano e algemada na frente dos filhos (menores de cinco anos) e do marido no aeroporto internacional de Londres, na Inglaterra.
A vítima contou em entrevista à GloboNews, que foi confundida com uma mulher de nome parecido que dirigiu bêbada e não compareceu às autoridades.
PRESA EM JUNHO
A prisão aconteceu em 13 de junho deste ano, quando Alline estava a caminho da Itália, no momento de despachar as malas. O nome das duas se diferencia no último sobrenome e na grafia: um tem dois “LL” e outro tem dois “NN”:
- Goiana: Alline Fernandes Dutra (presa por engano)
- Suspeita do crime: Alinne Fernandes (a suspeita)
“Sou mãe de 2 filhos pequenos, trabalho honestamente no Reino Unido. E o que está acontecendo não pode ficar por isso mesmo. Fui tratada como uma criminosa o tempo todo, mesmo que claramente não tinham certeza se eu era a pessoa certa”, desabafou Alline ao site g1.
ERROS NO PROCESSO NA JUSTIÇA INGLESA
Ela ficou presa por 30 horas em uma cela, onde passou mal e teve crise de ansiedade. Ao passar por audiência, percebeu-se que a foto da suspeita não estava no processo, informações da incompatibilidade das digitais foram omitidas e o nome da brasileira foi adicionado ao documento da prisão da verdadeira culpada, segundo Alline relatou ao g1.
“Após verem o vídeo da ‘Alinne Fernandes’ sendo presa em 2022, eles afirmaram que não era eu, e por isso fui solta em liberdade condicional com data marcada para retornar. Eu e minha família retornamos à corte no dia 28 para mais uma audiência, e para a minha defesa esclarecer de uma vez por todas o erro que a polícia britânica cometeu ao me prender indevidamente”, explicou.
Devido a esse episódio, a brasileira agora precisa andar com um documento que comprova a sua inocência em caso de nova abordagem policial. Alline vive há 15 anos no território britânico e tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana, por conta da origem do avô).
“Falei que não sei dirigir, não tenho carteira de motorista, e não estava nas redondezas onde a outra pessoa foi presa. Durante a minha prisão no aeroporto, a polícia se recusava a mostrar os dados que eles anotaram da suspeita presa em 2022, como data de nascimento, endereço, qual carro ela estava dirigindo ou onde ela foi presa”, relembrou a empresária.
“Percebi que a polícia havia editado o documento da prisão em 2022 adicionando o meu nome completo e endereço, deixando tudo mais confuso no sistema para parecer que eu tinha algo a ver com o crime”, completou.
O juiz só percebeu que algo estava errado quando o vídeo que mostrava a prisão da verdadeira acusada foi exibido na corte. Em seguida, ela foi solta em liberdade condicional com uma audiência marcada para retornar. No dia 28/06, durante a última audiência na Barkingside Magistrates Court, em Londres, a Justiça reconheceu que Alline era inocente.
Em nota enviada ao g1, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Londres, informou que acompanha o caso e presta a assistência consular cabível à nacional brasileira.
*Feito com informações de G1 Goiânia.