Três bancos públicos brasileiros
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal – juntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), revelaram nesta quinta-feira (25) as bases de uma nova iniciativa de financiamento sustentável para a Amazônia. A proposta é a criação de um Exchange Traded Fund (ETF), um fundo negociado na bolsa de valores. A previsão é lançar e distribuir as cotas do ETF antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025 em Belém.
ETF: Um instrumento de investimento global
Os ETFs, surgidos nos Estados Unidos entre os anos 1980 e 1990, são hoje amplamente utilizados em diversos mercados de capitais ao redor do mundo. A proposta prevê que a negociação do ETF ocorra na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Composição da carteira de investimentos
A carteira de investimentos do ETF será formada por títulos de renda fixa emitidos pelo BNDES, BB e Caixa. O retorno para os investidores será baseado em um índice de referência, a ser criado e aceito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os recursos captados serão destinados a empréstimos para projetos sustentáveis na Amazônia.
Anúncio durante o G20
O anúncio ocorreu durante a 3ª reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, realizada no Rio de Janeiro. O evento é parte de uma série de atividades sob a coordenação do Brasil, que atualmente preside o G20.
Colaboração e apoio técnico
Foi assinada uma carta de intenções entre as instituições envolvidas. O desenvolvimento da proposta será colaborativo, com apoio técnico e financeiro do BID. “O ETF Amazônia para Todos buscará democratizar o acesso a investimentos sustentáveis, combinando recursos com incentivos baseados em resultados e promovendo a diversificação e aumento da base de investidores nos mercados doméstico e internacional”, afirmam as instituições em nota.
Vantagens do ETF para a Amazônia
Transparência e acessibilidade
A transparência é um dos principais benefícios do ETF, pois a composição da carteira é divulgada diariamente, permitindo que os investidores saibam exatamente onde seus recursos estão sendo aplicados. A popularidade dos ETFs no mercado internacional também facilita a distribuição através de plataformas globais de investimentos.
Democratização do acesso
Outro destaque é o caráter democrático do ETF, que permite acesso tanto a pequenos quanto a grandes investidores, com liquidez garantida pelas cotas listadas em bolsas de valores. “O instrumento foi escolhido por proporcionar acesso igualitário e por sua liquidez, com cotas acessíveis para compra e venda por qualquer pessoa física ou jurídica, com valores ao redor de R$ 100”, explicam as instituições.