Nesta terça-feira, 30, o BT entrevistou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, para fazer um balanço sobre a atual gestão e o que ele espera para a campanha eleitoral que começa em agosto. Na conversa, o gestor falou sobre a questão do lixo em Belém, a decisão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) de barrar a compra de ônibus com ar-condicionado para a cidade, a preocupação do presidente Lula quanto a realização da COP 30 na capital paraense e ainda respondeu a diversas perguntas do público do BT.
Logo no começo da entrevista, o prefeito falou sobre a última pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Doxa que o colocou como terceiro colocado na corrida eleitoral. Sobre a questão, Edmilson afirmou que respeita, mas não pensa sobre isso. “Toda pesquisa pode ser bem feita ou mal feita, mas eu não quero brigar com a pesquisa. Sou o primeiro da história a ter três mandatos, isso me foi dado pelo povo. Até 31 de dezembro minha maior preocupação é fazer o que for possível para melhorar a vida do povo. Preparar Belém pra COP, mas se for bom pro povo. É pra receber autoridades como presidentes? Sim, mas tem que melhorar a vida do povo”, afirmou.
O prefeito de Belém falou ainda sobre a decisão da conselheira Ann Pontes, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que barrou a compra de ônibus elétricos por parte do poder público municipal. Na decisão, ela apontou irregularidades, como: falta de planejamento adequado do estudo técnico, indícios de sobrepreço na compra dos veículos e falta de explicação para a real necessidade da compra. “Com todo respeito a ex-deputada, talvez ela nunca tenha andado de ônibus. Bloquear a comprar porque temos que fundamentar a necessidade da compra de ônibus elétrico? O mundo inteiro sabe que vivemos uma crise climática. Não sei oq motivou, não quero crer que foi uma motivação política”, disse.
Veja outros tópicos da entrevista com Edmilson Rodrigues:
- “Máfia do Lixo em Belém”: Outro assunto conversado com o prefeito de Belém foi o problema do lixo na capital paraense. Com a chegada da Ciclus, empresa responsável pela limpeza urbana da cidade, o caos parece ter diminuído, mas ainda se mostra longe de uma solução definitiva. “A crise estava instalada e alguém lucra com a crise. Enfrentamos a máfia, vencemos a máfia, e Belém ganhou com isso. Eu fui prefeito até 2004 e lá éramos uma das dez melhores práticas do mundo. Eu tenho alguma culpa se nesses 16 anos destruíram o sistema de limpeza urbana?”, questionou.
- COP 30 em Belém: Edmilson comentou, também, sobre a fala do presidente Lula – que se mostrou preocupado com a estrutura de Belém para a realização do maior evento climático do mundo na cidade, em novembro de 2025. “Onde não haveria problema? O que Lula disse é que ele poderia ter escolhido um caminho mais fácil. Em qualquer outra cidade diferente de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília teriam problemas. Mas foi assim em Glasgow, em Dubai – que para chegar no meu hotel eu passava 1h30 no metrô. Dubai, rica, uma cidade moderna, não ofereceu as melhores condições. Afirmo: nós teremos as melhores condições para receber o mundo”, disse.
- Fim da parceria com o governo do estado: O BT também perguntou sobre o fim da parceria entre a prefeitura e o governo do estado – que já anunciou Igor Normando como candidato nas eleições 2024. “Ter relação com o governo é importante. Continuo tendo uma relação respeitosa com o governador. O estado deixou de repassar pra cidade 600 milhões de reais até agora, do ICMS, então é justo que compense com algum convênio. Por exemplo, a Rômulo Maiorana eu inaugurei o primeiro trecho e disse que ia fazer com recursos próprios a outra parte. Porque é um convênio com o governo do estado, mas atrasou sete meses. Aí a obra parou e quem foi que apanhou? Eu. Eu acho que o governo tem dificuldades financeiras, mas tem um pouco de política no meio. Porque o que é prioridade a gente não atrasa e eu não sou prioridade do governador. Tanto que ele lançou o primo como candidato”, avaliou.