O Festival Aceita, que aconteceu em Belém no último fim de semana, entre os dias 23 e 25 de agosto, emitiu uma nota oficial nesta sexta-feira, dia 30, falando sobre os problemas durante o evento.
De acordo com a nota da organização, o festival, que visava celebrar a diversidade e a cultura LGBTQIAPN+ na Amazônia, enfrentou diversos desafios logísticos e financeiros. Durante o texto, os organizadores reconheceram que houve “problemas logísticos, envio de passagens aéreas de última hora e desistência de alguns participantes”, o que, de acontece com eles, levou a mudanças na programação e à insatisfação de colaboradores e participantes. “Pedimos desculpas sinceras aos trabalhadores, artistas, jornalistas, palestrantes e, especialmente, ao público paraense, nortista e LGBTQIAPN+ que se sentiu prejudicado em qualquer etapa do festival”, afirmaram.
A nota do festival aceita também afirma que, apesar das dificuldades, o festival conseguiu realizar uma programação musical diversificada e promover diálogos importantes sobre a identidade amazônica e LGBTQIAPN+. “Estamos cientes de que há muito a ser aprendido com os desafios enfrentados, e já estamos trabalhando para que as próximas edições do festival sejam ainda melhores”, concluiu a organização.
O que aconteceu?
O Festival Aceita, que acontece em Belém no último fim de semana, virou uma grande polêmica na internet após pedidos de desligamento por parte da equipe, protestos de artistas no palco do evento e reclamações nas redes sociais contra a organização.
Entre as informações que viralizaram na web sobre o Aceita, está equipe de fotografia do festival informou em nota oficial, publicada no último sábado, 24, data do segundo dia de shows, o desligamento do evento após “uma série de situações de violência, desrespeito e falta de estrutura básica que enfrentamos ao longo do processo de contratação e durante o primeiro dia de festival”.
Artistas também reclamaram da organização, como foi o caso da artista “A travestis” que afirmou que subiu ao placo sem ter recebido todo o valor acordado com o evento.
Veja o vídeo que viralizou:
Sobre declarações que foram feitas na web sobre contatos de prestação de serviço, a organização do Aceita ainda afirmou em nota que “todos os contratos de prestação de serviços serão
devidamente cumpridos”.
Confira a nota na íntegra:
“O Festival Aceita, realizado nos dias 23, 24 e 25 de agosto em Belém, foi um marco importante
na celebração da diversidade e da cultura LGBTQIAPN+ na Amazônia. Idealizado e produzido por
um grupo de paraenses, o festival nasceu do sonho de criar um espaço de protagonismo para a
comunidade LGBTQIAPN+ em toda sua diversidade e interseccionalidade, dando luz à produção
criativa amazônica e conectando-a com grandes nomes do mercado brasileiro e mundial.
Nosso objetivo sempre foi ambicioso: promover um festival independente que não só trouxesse
música e entretenimento, mas também debates, vivências e o fortalecimento de ecossistemas
criativos da região. Com mais de 30 shows e atrações nacionais e internacionais, conseguimos
cumprir essa proposta, oferecendo uma experiência única ao público que compareceu.
Reconhecimento e Desafios
Organizar um evento dessa magnitude, especialmente no Norte Amazônico, é uma tarefa
desafiadora. Sabemos que nossa ousadia em promover os direitos da população LGBTQIAPN+
incomodou alguns, e as dificuldades logísticas e financeiras foram grandes. Alguns patrocínios
esperados não se concretizaram, e mesmo assim, seguimos em frente com o compromisso de
realizar o festival.
Infelizmente, enfrentamos uma série de desafios que impactaram a experiência de alguns
participantes e colaboradores. Problemas logísticos, envio de passagens aéreas de última hora,
desistência de alguns participantes e consequente mudanças na programação, reduziram o
alcance de algumas das atividades planejadas, resultando em insatisfações legítimas.
Pedimos desculpas sinceras aos trabalhadores, artistas, jornalistas, palestrantes e,
especialmente, ao público paraense, nortista e LGBTQIAPN+ que se sentiu prejudicado em
qualquer etapa do festival. Entendemos as críticas e manifestações nas redes sociais e nos
solidarizamos com todos que expressaram suas preocupações, nos abrindo para escutas no
intuito de avançar e evoluir sempre.
Celebrando Conquistas
Apesar das adversidades, o Festival Aceita conseguiu trazer à tona uma excelente mostra da
cultura amazônica e LGBTQIAPN+. A programação musical foi cumprida, os diálogos e debates
realizados na Usina da Paz Guamá proporcionaram importantes trocas de conhecimento e
experiência. A proposta de valorizar a identidade amazônica como parte da identidade nacional
foi amplamente abordada, e os shows inéditos no Pará deixaram uma marca significativa na
cena cultural local.
Acreditamos que o sucesso do evento reside, sobretudo, nas pessoas que compareceram e
participaram ativamente. O festival disponibilizou cotas de ingressos gratuitos conforme
estabelecido pela lei, tendo sua grande maioria retirada no dia 25 de agosto, motivo este de ter
sido o dia com maior presença do público no festival. A energia das pessoas foi essencial para que o Aceita se concretizasse, e somos profundamente gratos a todos que fizeram parte dessa jornada.
Olhar para o Futuro
Estamos cientes de que há muito a ser aprendido com os desafios enfrentados, e já estamos
trabalhando para que as próximas edições do festival sejam ainda melhores. Nosso
compromisso com a cultura, a diversidade e a inclusão permanece inabalável.
Gostaríamos também de reiterar que todos os contratos de prestação de serviços serão
devidamente cumpridos.
A cidade de Belém e a Amazônia merecem eventos culturais à altura de sua grandiosidade, e
acreditamos que o Festival Aceita é parte desse movimento de transformação. Continuaremos a
lutar por um espaço que celebre a diversidade e os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ na
Amazônia, construindo pontes e fortalecendo laços para um futuro mais inclusivo.
Agradecemos a todos os envolvidos e seguimos juntos nessa missão. Todas as pessoas, em sua
diversidade, são ACEITAS!”
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