Sean Combs, que ficou conhecido no mundo da música por seus nomes artísticos “Diddy” ou “Puff Daddy”, está no centro de um dos maiores escândalos recentes na indústria do entretenimento.
O rapper foi formalmente acusado pelo governo dos Estados Unidos de estar envolvido em crimes que vão desde suborno e sequestro até tráfico sexual e extorsão. O caso ganhou grande atenção por causa dos chamados “freak-offs”, orgias supostamente organizadas por Combs, que envolviam prostituição, abuso de drogas e gravações secretas.
Freak-Offs: Maratonas sexuais e vídeos comprometedores
De acordo com a acusação federal de 14 páginas, Sean Combs comandava uma “empresa criminosa” que organizava essas maratonas sexuais, conhecidas como “freak-offs”. Essas orgias aconteciam em suítes de hotéis de luxo, preparadas especificamente para os encontros, com óleo de bebê, drogas e iluminação cuidadosamente ajustada para gravações. O governo descreve essas sessões como “performances sexuais elaboradas” que frequentemente duravam dias, deixando os participantes exaustos e dependentes de fluídos intravenosos para se recuperar.
A promotoria afirma que Combs usava as gravações dos freak-offs para chantagear os participantes, impedindo que qualquer um deles denunciasse os abusos. “Os freak-offs são o núcleo deste caso”, disse Emily A. Johnson, uma das promotoras federais, durante uma audiência recente.
A Defesa de Sean Combs
Os advogados de Combs, por outro lado, retratam os encontros de maneira completamente diferente. Eles afirmam que os freak-offs eram consensuais e faziam parte de um relacionamento complexo entre o rapper e Cassie, sua ex-namorada, que o acusou em um processo civil de tráfico sexual e abuso.
Segundo a defesa, os encontros podem parecer chocantes para algumas pessoas, mas não envolviam coerção ou violência. “Isso é tráfico sexual? Não, não se todo mundo quer estar lá”, disse Marc Agnifilo, um dos advogados de Combs, durante a audiência.
O envolvimento de Cassie e outras vítimas
Cassie, cujo nome verdadeiro é Casandra Ventura, foi a primeira a trazer à tona as alegações contra Combs. Em sua ação judicial, a cantora detalhou como o rapper organizava e dirigia os freak-offs, forçando-a a participar sob o pretexto de um relacionamento amoroso. Cassie afirmou que Combs a fazia derramar grandes quantidades de óleo sobre si mesma e tocar prostitutos enquanto ele gravava e se masturbava.
Embora Cassie tenha retirado sua queixa após um acordo judicial, o caso abriu caminho para uma série de outras acusações contra o magnata da música. Outras mulheres entraram com processos civis, alegando terem sido coagidas a participar de encontros sexuais orquestrados por Combs e sua equipe. Uma dessas mulheres, Adria English, afirmou que foi forçada a participar de orgias durante as famosas “festas brancas” de Combs nos Hamptons e em Miami Beach.
Evidências e vídeos comprometedores
Além dos relatos das vítimas, os promotores afirmam ter uma vasta quantidade de provas contra Combs, incluindo fotos, vídeos e mensagens de texto. Um dos vídeos mais prejudiciais ao réu mostra Combs agredindo brutalmente Cassie em um hotel InterContinental, em Los Angeles, em 2016. A promotoria afirma que o vídeo, gravado pelas câmeras de segurança do hotel, é uma evidência clara do uso de violência e coerção nos encontros organizados por Combs.
Entenda a investigação
De acordo com o governo, Combs não agia sozinho. Ele teria uma equipe de facilitadores que ajudava a organizar os freak-offs, desde a reserva de quartos de hotel até a limpeza após as maratonas sexuais. No entanto, até o momento, nenhum desses colaboradores foi formalmente acusado. O procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, Damian Williams, afirmou que a investigação ainda está em andamento e que mais pessoas podem ser implicadas no caso.
Tentativa de manipulação de testemunhas
Em uma audiência recente, os promotores afirmaram que Combs tentou obstruir a justiça manipulando testemunhas. Eles citaram o exemplo de uma mulher que, após ler sobre as acusações de Cassie, entrou em contato com o rapper para expressar seu trauma. Segundo a promotoria, Combs tentou convencê-la de que os encontros foram consensuais, enquanto um cúmplice gravava a conversa.
Sean Combs enfrenta uma batalha legal que pode redefinir sua carreira e imagem pública. Enquanto sua defesa argumenta que os encontros eram consensuais, o governo acumula evidências de que os freak-offs eram eventos repletos de abuso, drogas e chantagem. O caso continua a ser investigado, e novos desdobramentos são esperados nas próximas semanas.