O prefeito Ricardo Nunes liberou, na última quarta-feira, 16, mais de R$ 303 milhões para o item orçamentário Compensações Tarifárias do Sistema de Ônibus, em São Paulo, segundo o portal Diário do Transporte. O valor transferido são subsídios voltados para a manutenção do valor das passagens.
A utilização de subsídios tem se tornado frequente para evitar reajustes na tarifa de transportes coletivos em cidades pelo Brasil. O reajuste no valor da passagem está diretamente ligado com a falta de recursos das empresas de transporte coletivo por conta do desequilíbrio entre a tarifa técnica, segundo um relatório publicado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Os transportes coletivos em diversas regiões do país enfrentam críticas dos usuários devido ao envelhecimento das frotas, falta de conforto e longos tempos de viagem. Esses problemas são atribuídos, em parte, à ausência ou insuficiência de subsídios públicos, que deveriam ajudar a cobrir os custos de manutenção dos sistemas. A falta desse apoio dificulta a oferta de tarifas mais acessíveis e prejudica a atratividade do serviço.
ENVELHECIMENTO DAS FROTAS SEM SUBSÍDIOS
De acordo com a NTU, o déficit de recursos para investimentos no transporte coletivo decorre do desequilíbrio entre a tarifa técnica, necessária para manter os sistemas, e a tarifa pública, paga pelos usuários, que é inferior ao valor ideal para a sustentabilidade do serviço.
O desequilíbrio financeiro do setor é agravado pelas gratuidades e pela redução de 44,1% no número de passageiros pagantes nos últimos dez anos, indicando que o transporte coletivo enfrenta dificuldades para alcançar sustentabilidade e garantir a prestação de um serviço de qualidade.