A Prefeitura de São Paulo autorizou na última terça-feira, 5, um repasse de R$ 234 milhões para subsidiar o sistema de ônibus da capital. O objetivo é manter o equilíbrio financeiro e garantir que a tarifa permaneça em R$ 4,40, congelada há quatro anos.
A medida, oficializada no Diário Oficial, se soma aos R$ 467 milhões já liberados em setembro e outubro, resultando em R$ 703 milhões investidos no setor nos últimos dois meses.
O alto investimento em subsídios tem sido uma estratégia adotada em várias cidades do Brasil para evitar reajustes na tarifa de transporte público e fomentar a expansão da frota, o que permite que mais pessoas tenham acesso ao sistema.
Desafios de financiamento no transporte público
O congelamento da tarifa gera um desequilíbrio financeiro, uma vez que a tarifa técnica, que é o valor necessário para cobrir os custos operacionais, supera o valor efetivamente pago pelos usuários.
Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), essa diferença afeta a sustentabilidade do serviço, criando uma necessidade contínua de subsídios. Então, a utilização de subsídios tem se tornado frequente para evitar reajustes na tarifa de transportes coletivos em cidades pelo Brasil.
Redução de passageiros e impacto na sustentabilidade
De acordo com a NTU, além do desajuste entre a tarifa técnica e a tarifa pública, outros fatores impactam o transporte coletivo, como as gratuidades e uma redução de 44,1% no número de passageiros pagantes ao longo dos últimos dez anos. Esse cenário dificulta a sustentabilidade financeira e a manutenção da qualidade dos serviços, tornando os subsídios públicos um fator essencial para a operação dos sistemas de transporte.