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Polícia Federal conclui que Bolsonaro liderou a tentativa de golpe em 2022

Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

O relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado no final de 2022 acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de liderar uma organização criminosa com o objetivo de romper a ordem democrática no Brasil. Segundo a PF, o golpe não se concretizou devido a “circunstâncias alheias à sua vontade”.

O documento afirma que Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo” sobre as ações executadas pelo grupo, que visavam abolir o Estado Democrático de Direito. As conclusões foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (21) e divulgadas nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o relatório para decidir sobre possíveis denúncias.

Bolsonaro nega golpe, mas admite discussões

Bolsonaro negou envolvimento em planos para assassinatos de líderes como o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, mas confirmou que discutiu com aliados a possibilidade de decretar estado de sítio após sua derrota nas eleições. Ele argumentou que tal medida não configuraria golpe e ressaltou que “sem apoio das Forças Armadas, não existe golpe”.

Entenda as investigações

Durante e após seu mandato, Bolsonaro fez diversas declarações golpistas, questionou a legitimidade das urnas eletrônicas e incentivou atos antidemocráticos. O relatório aponta que o ex-presidente, junto a aliados e militares, articulou minutas de decretos que visavam anular as eleições de 2022 sob falsas alegações de fraude.

O STF também recebeu informações sobre a participação de militares e a estruturação de núcleos na organização criminosa. Pelo menos 12 militares da ativa estão indiciados, incluindo figuras como Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro.

O relatório traz novos elementos sobre a atuação de Bolsonaro e aliados, consolidando a narrativa de um plano golpista que teve ampla repercussão política e jurídica.


*Matéria realizada com informações do portal Folha de São Paulo.