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Projeto trabalha práticas alternativas para aliviar a dor e substituir uso de remédios em Belém

O serviço público de saúde do município está recebendo um projeto pioneiro que trabalha a  aplicação de práticas não farmacológicas de alívio da dor. As chamadas Práticas Integrativas Complementares (Pics), substituem progressivamente o uso de medicamentos, de acordo com o processo de cada pessoa. 

As Pics foram implantadas na Casa de Saúde do Idoso, que fica localizada na Avenida José Malcher, no bairro de Nazaré.

De acordo com a gerência da casa, de janeiro de 2021 a abril de 2022, cerca de 530 tratamentos com acupuntura foram realizados. O fisioterapeuta Adriano Roberto explica que os idosos recebem bem o tratamento: “Nós já temos êxitos das práticas que nós já utilizamos aqui na Casa. Práticas essas que são a acupuntura, auriculoterapia e ventosaterapia. Com essas práticas já conseguimos obter êxitos para que a gente consiga fazer a diminuição  do uso farmacológico do paciente”, informou.

Adriano, fisioterapeuta da Casa do Idoso. Imagem: Agência Belém

A aposentada Josefa Silva, 75 anos, moradora do bairro da Marambaia, sente há anos dores nas pernas e, pela primeira vez, ela fez tratamento de acupuntura. “Eu gostei, me senti muito bem depois da acupuntura e aliviou a dor”.

Josefa Silva, 75 anos. Imagem: Agência Belém

Tendinite e lombalgia são situações tratadas com o método terapêutico acupuntura, com tratamento inicial de 20 sessões. O método consiste na inserção de agulhas no corpo para promover a saúde. “Em conjunto com a fisioterapia, a gente consegue realizar um processo um pouco mais rápido e sem a necessidade de uso de medicamentos”, detalhou o fisioterapeuta.

A dona de casa Maria Paiva, de 82 anos, moradora do bairro Coqueiro, aprovou o novo momento da saúde do município. “Eu me trato aqui para diminuir as dores no braço, e faço aqui a fisioterapia”.

Maria Paiva, 82 anos, aposentada, durante sua sessão de fisioterapia. Imagem: Agência Belém

O aposentado Naaman Souza, 73, morador do distrito de Icoaraci, tem o espaço como uma “salvação”. “Eu sou aposentado, minha aposentadoria é pequena. Então, pra mim a Casa do Idoso é minha salvação”, contou.

O coordenador da Referência Técnica em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, Rafael  Cabral, que faz parte do Núcleo de Promoção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), explicou a importância da aplicação do método de tratamento.

“Ter as práticas dentro da política do SUS revelam um outro olhar para a visão da saúde e da doença. Elas tentam entender não o seu indivíduo e sintoma, mas, sim, o que causa esse sintoma e a partir desse pensamento é o que liga as práticas integrativas e complementares”.

Diariamente, das 07h às 18h, a Casa da Saúde do Idoso recebe usuários, a partir de 60 anos, encaminhados com a guia de referência feita pelo médico das Unidades Básicas de Saúde e Estratégia Saúde da Família (EFS). “Ao chegar aqui, o idoso passa pelo acolhimento, agenda-se a consulta e o exame. Ele é avaliado pelo clínico geral e encaminhado para outros especialistas que a Casa possui, de acordo com a necessidade de cada paciente”, explicou a gerente da Casa de Saúde do Idoso, Sidia Oliveira.