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‘No passado soltavam bandidos, eu solto inocentes’, diz Bolsonaro sobre Daniel Silveira

Jair Bolsonaro (PL), mais uma vez defendeu o perdão presidencial concedido ao deputado federal condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Daniel Silveira (PTB). Bolsonaro também novamente criticou o STF. 

A nova defesa aconteceu nesta segunda-feira, 25, durante a cerimônia de abertura da 27ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto (SP). Bolsonaro afirmou que está soltando “um inocente.” 

Durante o discurso Bolsonaro diz: 

“(Quero) dizer a vocês, como há alguma especulação por aí, não vou entrar em detalhes. O decreto da graça e do indulto é constitucional e será cumprido. No passado soltavam bandidos e não falavam nada. Hoje, eu solto inocentes”, afirmou.

Bolsonaro  fez referência ao decreto que editou na última quinta-feira, 21, no qual perdoa as penas aplicadas contra Daniel Silveira, condenado na última quarta-feira, 20,  pelo STF pelos crimes de coação no curso do processo e de ameaça da abolição do Estado democrático de Direito.

Ele foi condenado a oito anos e nove meses de reclusão, inicialmente, em regime fechado, à perda do mandato de deputado federal e à suspensão dos seus direitos políticos. Ao todo, 10 dos 11 ministros votaram pela condenação do parlamentar. 

O perdão presidencial foi feito menos de 24 horas depois do decreto de condenação. 

Daniel Silveira é ex-policial militar. O bolsonarista ficou conhecido na mídia após quebrar a placa de rua instalada em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018  e exibir a placa destruída, a qual ainda exibe em seu gabinete. Daniel cometeu o ato juntamente com o deputado estadual  Rodrigo Amorim (PTB/RJ).

Bolsonaro também falou sobre outra ação do STF, a de discutir um novo marco temporal de terras indígenas. “Tem uma ação que está sendo levada avante pelo ministro Fachin (Edson Fachin), querendo um novo marco temporal, se ele conseguir vitória, me restam duas alternativas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir. Eu não tenho alternativa.”