No último dia 6 de abril, Remo e Paysandu entraram em campo pelo segundo jogo da final do Campeonato Paraense de 2022, no estádio Banpará Curuzu. No jogo, 3×1 pro time bicolor mas o título ficou com a equipe azulina, que havia vencido o primeiro jogo por 3×0. Entretanto, o lado esportivo perdeu espaço na imprensa após a acusação de que o Coordenador de Segurança do Paysandu, Luciano Mendes, teria agredido a Conselheira e coordenadora de operações e logísticas do Remo, Valeny Silva.
Na ocasião, os clubes se pronunciaram. O Remo, por meio de nota, repudiou o acontecido no estádio do rival, afirmou que Valeny foi agredida e reforçou que tomaria “todas as providências legais cabíveis” e que espera “que os responsáveis sejam punidos e afastados de suas funções”.
O Paysandu, também em nota, disse que “começou a analisar e apurar todas as imagens, tantos as que estão sendo imputadas aos prestadores de serviços do clube, como também as de pessoas ligadas ao Clube do Remo”, e que, se necessário, penalidades seriam imputadas aos seus funcionários, “Tudo será verificado e analisado. Se for necessário, haverá penalidades aos que estiverem ligados ao Clube e pedidos de penalidades aos que estiverem ligados ao rival”, finalizou.
DESDOBRAMENTOS
A conselheira do Remo compareceu à delegacia de polícia da Cabanagem e registrou um boletim de ocorrência em que acusa o chefe de segurança do Paysandu de “Lesão Corporal Dolosa”.
Alguns dias depois do ocorrido no estádio da Curuzu, torcedores do Clube do Remo fizeram protesto durante o jogo Remo x Cruzeiro, válido pela Copa do Brasil.
Já na última semana, a delegada de polícia Rosalina Mendes, esposa de Luciano Mendes, respondeu a um post em uma rede social e afirmou que “a verdade vem à tona” e que, para ela, a conselheira azulina parece “oportunista e dissimulada”.
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Delegada Rosalina Medes e o marido, chefe de segurança do Paysandu, Luciano Mendes.
O BT entrou em contato com os clubes para saber quais providências foram tomadas desde então. Em nota, o Clube do Remo afirmou que Luciano já havia sido hostil com a delegação azulina em outra ocasião, mas que nunca havia chegado ao ponto de agredir alguém. “A mesma pessoa que nos agrediu já havia sido hostil com a equipe de Comunicação e Marketing que ficava dentro do gramado, no último RexPa na Curuzu. Ele ameaçou nossos funcionários, intimidando, e inclusive o Clube do Remo divulgou uma nota repudiando o que ocorreu naquele jogo. Falamos em reunião dos órgãos sobre isso e está registrado em ATA, porém, nunca havia chegado ao ponto de agressão física, como aconteceu nesta final”, disse.
O Clube afirmou, ainda, que o presidente do Paysandu, Maurício Ettinger, entrou em contato com a conselheira azulina para saber o que havia acontecido. E diz que o rival não se posicionou mais sobre o assunto. “Desde então não teve um posicionamento do Paysandu e nem outra resposta que tenha feito em relação a esse assunto”, afirmou.
A nota segue dizendo que “não adianta Clube nenhum fazer movimento em favor das mulheres, como aconteceu mês passado, e agora não ter nenhuma nota de repúdio contra o ato que ocorreu dentro do estádio deles”. Sobre o andamento da acusação, o Remo afirmou que “segue em trâmites na Polícia Civil. Os depoimentos já foram prestados, no caso do diretor do Remo, Marcelo Bentes, e da coordenadora de operação de jogo, Valeny Silva. Pedido de perícia de imagens vinculadas também foram pedidas e estão em andamento”, finalizou.
O Paysandu, por meio de nota, afirma que medidas internas foram tomadas, mas não deixa claro quais foram essas medidas. E disse que não irá mais se pronunciar externamente sobre o assunto. “Medidas internas foram tomadas. Agora o caso está no jurídico e o clube não irá mais comentar externamente”.
Em contato com a Polícia Civil, o BT foi informado que “os envolvidos foram ouvidos e o procedimento policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário”.
A Federação Paraense de Futebol (FPF) também foi procurada pelo portal e afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto.