Fred Henrique Moreira Lima, acusado de torturar e manter em cárcere privado a então namorada por três dias seguidos dentro de um apartamento, já tem um longo histórico de passagens pela polícia do Rio de Janeiro.
Atenção: A descrição dos crimes pode causar gatilho.
No recente ano de 2020, Fred já tinha cumprido pena por agredir e torturar a mãe de um dos seus filhos. Em 2017, foi condenado por tráfico e teve anotação também por roubo.
A última pessoa que denunciou Fred foi Ana Luíza Dias, de 37 anos, que conseguiu fugir depois de três dias sendo torturada.
Desta vez, o caso aconteceu em Copacabana, na última sexta-feira (29/04). Luíza foi agredida com um cassetete e um soco-inglês, segundo ela, depois de uma crise de ciúme de Fred. Luísa relatou como foram os três piores dias da sua vida e como conseguiu fugir do cárcere.
Crimes anteriores:
Em 2010, quando Fred tinha 18 anos, ele respondeu a um processo por lesão corporal decorrente de violência doméstica contra os próprios avós. No mesmo ano ele foi preso em flagrante por roubar uma moto.
Em 2011 foi acusado de violência doméstica ao agredir a mãe de um de seus filhos. A vítima disse que durante uma crise de ciúmes Fred lhe deu socos no rosto e em todo o corpo e esquentou uma panela vazia no fogo e a colocou nas pernas e costas da vítima. Fred alegou que a vítima se queimou sozinha por acidente. Ele não negou as agressões. Foi condenado a um ano de prisão, mas ficou no semiaberto pois a pena era menor que 1 ano.
Foi preso por desacato a autoridade em 2015 e em 2017 preso em flagrante por associação ao tráfico no com posse de 2,16g de cocaína em pó distribuídos em 09 tubos plásticos e 137,55g de maconha distribuídos em 37 trouxinhas. Também foram encontrados 19 comprimidos de Pramil, uma balança digital de precisão, certa quantia em dinheiro e munições calibre 12. Ele foi condenado a 10 anos de reclusão em regime fechado.
Em 2020 foi acusado agredir outra namorada. Segundo a vítima, a agressão foi com socos e golpes de telefone na cabeça. Na acusação ela descreve que durante as agressões, foi obrigada a fazer sexo oral com Fred, que teria filmado o ato e dito que divulgaria o vídeo, se a vítima o denunciasse.
Ainda em 2020, agrediu e privou de liberdade a mãe de seu outro filho, que só foi resgatada depois que pediu ajuda ao ex-marido.
As informações da ficha criminal de Fred Henrique foram divulgadas pelo G1 Rio de Janeiro.
2022 – Crimes contra Luíza:
Ana Luíza contou que mantinha um relacionamento com Fred há 8 meses, e ele já havia demonstrado ser violento. Ela já tinha sofrido uma agressão anteriormente, na virada do ano, 31 de dezembro, mas preferiu não registrar boletim de ocorrência.
Segundo o relato de Luíza, Fred alegava ter sofrido muito na infância e essa seria a justificativa para o seu comportamento agressivo. No dia 26 de abril, durante um encontro comum do casal, Fred teve uma crise de ciúme e começou a sessão de agressão que durou três dias e só não acabou com um feminicídio porque Luísa conseguiu fugir.
Luíza desmaiou com os golpes. Quando retomou a consciência, tentou se alimentar, mas viu que seu maxilar estava quebrado, e não conseguia nem falar. Quando tentou gritar, Fred desferiu contra ela um mata-leão, impedindo-a de pedir ajuda. No terceiro dia, quando Fred saiu e deixou a porta aberta, Luíza conseguiu fugir com a ajuda do porteiro.
A vítima teve traumatismo craniano, fratura da mandíbula e diversos hematomas pelo corpo. Fred foi preso por agentes da 12ª DP na última terça-feira (3/5), por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele estava em casa, e com ele estavam as armas usadas no crime, o cassetete, um simulacro de pistola e o soco inglês.