A professora e coreógrafa Clara Pinto, dona da Escola de Dança Clara Pinto, participou da Primeira edição do Festival de Dança Rainha da Amazônia, em Altamira, no sudoeste do Pará.
Em discurso durante o evento, a coreógrafa falou contra as políticas públicas para a cultura e afirmou que tem gente que “só quer políticas públicas, porque não fazem nada”.
O discurso foi postado na página oficial do evento no instagram, mas , devido a proporção e os comentários criticando a fala de Clara Pinto, a postagem foi retirada. Entretanto, a bailarina e também coreógrafa, Brigitte Liberté, salvou parte do discurso da retomada e divulgou em suas próprias redes sociais.
Brigitte fez, ainda, uma carta aberta direcionada à Clara Pinto em que afirma que a professora talvez não saiba o que é lutar pelo coletivo. “gostaria de lhe explicar o que é trabalhar pelo coletivo, porque aparentemente, em 50 anos de trabalho, você não aprendeu”, disse.
Em outro trecho, Brigitte defende as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, atacadas por Clara Pinto no seu discurso, e afirma que leis como as citadas ajudam artistas a migrar de ambientes exploratórios para o meio artístico. “as leis de incentivo à cultura, como Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que estão vetadas por esse desgoverno genocida, são tão importantes pra gente, porque foi a partir delas, que muitas artistas conseguiram colocar comida na sua mesa, pagar seus aluguéis e ter acessos à saúde e lazer; foi a partir delas, que várias artistas conseguiram migrar, de ambientes de trabalho exploratórios, para o trabalho autônomo com a sua arte, onde puderam crescer, ganhar mais experiências, maior reconhecimento e ascender profissionalmente; foi a partir delas, que tantas produções de altíssimo nível puderam ser realizadas, oportunizando empregabilidade para grupos minoritários, como pessoas negras, periféricas, mulheres, lgbtqia+, fomentando a cadeia econômica artística nesse estado”, afirmou.
Durante o discurso, Clara Pinto ainda comentou sobre as acusações de que não dá espaço para novos artistas. “Eu nunca fechei os horizontes de ninguém. Mentira, um bando de mentirosos, invejosos, cretinos. Que eu abro a porta pra todo mundo. Todos que estão aí hoje dando aula em Belém, tudo saiu de lá da 16 de novembro”, disse fazendo alusão ao antigo endereço de sua escola de dança.
O evento Festival de Dança Rainha da Amazônia e a coreógrafa Clara Pinto ainda não se manifestaram sobre o caso.
REPERCUSSÃO
Nas redes sociais, o assunto foi bastante comentado. Muitos discordaram do discurso de Clara Pinto.
Uma internauta a classificou como “péssima referência artística”:
Outro internauta comparou o discurso de Clara Pinto com os acontecimentos recentes envolvendo o nome do cantor sertanejo Gustavo Lima:
Veja parte do discurso de Clara Pinto: