Os deputados federais de estados da Amazônia apresentaram nesta segunda-feira, 13, um requerimento para a criação de uma Comissão Externa Temporária na Câmara Federal, para acompanhar o caso do desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Entre os parlamentares estão os paraenses Vivi Reis (PSOL) e Airton Faleiro (PT).
Além dos paraenses, fizeram também a solicitação Joenia Wapichana (Rede-RR), Bira do Pindaré (PSB-MA), José Ricardo (PT-AM), Orlando Silva (PCdoB-SP), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Nilto Tatto (PT-SP), Rodrigo Agostinho (PSB-SP), Patrus Ananias (PT-MG), Túlio Gadêlha (Rede-PE), Alice Portugal (PCdoB-BA), Alessandro Molon (PSB-RJ) e Erika Kokay (PT-DF). Todos deputados da oposição.
Comissões temporárias são aquelas criadas para cumprir tarefas específicas e que se encerram com o término do prazo definido.
Os parlamentares cobraram ações do governo federal para combater a violência na Amazônia e criticaram a resposta do governo ao caso.
A deputada Vivi Reis afirmou ao BT que “as buscas aos desaparecidos têm sido marcadas pela falta de coordenação, omissão do governo federal e informações desencontradas que têm aumentado a angústia de amigos e familiares”. A parlamentar emfatizou que: “O caso não pode ser tratado com indiferença. O Estado brasileiro precisa empregar todos os recursos possíveis para que haja uma rápida solução. A Amazônia não pode continuar sendo uma terra sem lei, com o estímulo de Bolsonaro, que tem tratado o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira como uma aventura ou algo natural. Uma fala típica de um genocida, que tem desprezo às vidas, tal qual fez ao longo da pandemia”, disse Vivi Reis.
Na Câmara, Vivi declarou que tem conversado com a esposa de Bruno Pereira que pede respostas. A parlamentar também anunciou que os servidores da Funai estarão em estado de greve nesta terça-feira já que “querem que o presidente da fundação se retrate sobre o pronunciamento a respeito do caso. “A Amazônia não pode ser uma terra sem lei, onde as pessoas simplesmente desaparecem”. Concluiu.
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COMISSÃO DO SENADO VAI ACOMPANHAR O CASO:
Ainda na noite desta segunda-feira, 13, o Senado aprovou a criação de Comissão que irá investigar o caso.
No senado, o responsável pelo requerimento RQS 474/2022, foi o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou a necessidade de apuração do caso. Randolfe também abordou que a investigação se dá diante dos recorrentes ataques aos defensores da preservação e do desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Durante a sessão, o senador e filho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PL), propôs aguardar mais alguns dias antes de criar a comissão alegando que o caso pode ser resolvido em alguns dias. Mesmo assim, a comissão foi aprovada e atuará durante 60 dias sendo composta por nove membros titulares.