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Pega a Pipoca | Dia do cinema brasileiro: 10 filmes para conhecer e amar o cinema nacional

Hoje, 19 de junho, comemoramos o dia do cinema brasileiro. A data celebra a primeira captação de imagem em movimento registrada no país, em 1898. O cinema no Brasil, mesmo que desvalorizado pelo governo atual e por uma parte do público, tem uma história fascinante e sempre fez bonito dentro e fora do país, sendo internacionalmente conhecido por suas inúmeras obras icônicas. Para comemorar a data, selecionamos dez filmes que você precisa ver pelo menos uma vez na sua vida (É sério!), para conhecer um pouco mais e amar o cinema feito aqui, no nosso país.

Cata a pipoquinha e vem ver essa lista.

Central do Brasil- 1998 dirigido por Walter Salles

Já comecei com o pé na porta, falando de um dos filmes mais marcantes da história do cinema PT BR (quer dizer Português Brasileiro para os conspiradores). 

Ao estilo road-movie, Central do Brasil conta a emocionante história de amizade (MUITO improvável, por sinal) entre Dora (a rainha Fernanda Montenegro) e Josué (Vinícius de Oliveira) que deseja encontrar a sua família após a trágica morte de sua mãe. Dora, é uma mulher que a primeira vista parece ter um coração duro e uma índole duvidosa, e o menino, pode parecer bem irritante no início, mas acompanhando essa dupla improvável, a gente descobre o quanto esses personagens são fascinantes.

Central do Brasil está na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos feita pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Foi indicado ao Oscar, onde Fernanda Montenegro perdeu injustamente o prêmio de melhor atriz para Gwyneth Paltrow atuando em um filme que ninguém se importa. Ninguém entendeu, ninguém gostou, e os brasileirinhos guardam essa mágoa.

ONDE VER, BT? Disponível na GloboPlay e também gratuito no YouTube

Cidade de Deus – 2002 Dirigido por Kátia Lund, Fernando Meirelles

Amplamente repercutido e premiado, o filme traz um retrato da vida na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, através das lentes e do olhar do Buscapé.

Quem rouba a cena é o Dadinho… opa, Zé pequeno. Esse filme, mesmo que desagrade alguns pela cenas de violência, é uma história crua e muito bem contada que merece todos os holofotes do mundo.

Vencedor de diversos prêmios, como melhor edição no BAFTA Awards, melhor filme nos festivais do Uruguai e Guadalajara, de direção no festival de Marrakech. E sim, indicado ao Oscar em nada menos que quatro categorias.

ONDE VER O ZÉ PEQUENO, BT? Disponível na GloboPlay e gratuito no Youtube

Que Horas Ela Volta? 2015 – Dirigido por Anna Muylaert

O drama familiar retrata a vida da babá Val (Regina Casé), que trabalha para uma família rica (e irritante) de São Paulo. O filme mostra como tudo vira de ponta-cabeça com a chegada de Jéssica , a filha de Val que chega para fazer uma prova de vestibular e também para mostrar o quanto uma pessoa que não abaixa a cabeça pode incomodar.

O longa venceu o prêmio da Confederação Internacional de Cinema de Arte e Ensaio no festival internacional de Berlinale e de atuação no Festival de Sundance concedido às atrizes Regina Casé e Camila Márdila.

Esse tema não é nada novo, mas a ideia de uma juventude mais antenada e consciente de seus direitos ganhou peso e conquistou o público e a crítica.

ONDE SE APAIXONAR PELA VAL, BT? Disponível na Netflix e gratuito no YouTube

O Auto da Compadecida – 2000 Dirigido por Guel Arraes

Quem ainda não viu esse clássico ta vivendo errado.

Baseado na peça teatral de mesmo nome do romancista brasileiro Ariano Suassuna, de 1955, esta épica comédia dramática é outro filme que não pode faltar na sua lista da vida.

O longa é na realidade uma minissérie exibida pela Globo que fez tanto sucesso que foi editada e adaptada para o cinema. Inclusive, continha mais tramas paralelas que acabaram por ser removidas no corte do cinema.

O enredo é ambientado no sertão nordestino, e acompanha a vida de João Grilo (Matheus Nachtergale) e Chicó (Selton Mello). Se não viu, veja, se já viu, veja de novo, pois dar boas risadas e refletir sobre o Brasil nunca é demais, principalmente nos dias de hoje.

ONDE TORCER PELO JOÃO GRILO, BT? O filme e a minissérie estão disponíveis na GloboPlay e gratuito também no Youtube

Bacurau – 2019 Dirigido por Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles

Bacurau: Se for, vá na paz. Novo clássico do cinema PTBR, o filme conta a história da população do pequeno povoado de Bacurau no sertão brasileiro. Eles descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. Aos poucos, eles percebem algo estranho na região: enquanto drones passeiam pelos céus, estrangeiros chegam à cidade. Quando carros são baleados e cadáveres começam a aparecer, Teresa, Domingas, Acácio, Plínio, Lunga e outros habitantes chegam à conclusão de que estão sendo atacados.

Um filme que para quem mora na região norte e nordeste, tem um sabor especial. Ele escancara uma tal superioridade que algumas pessoas de outras regiões do Brasil tem sobre nossa população. Vale demais ver e rever.

COMO CHEGAR EM BACURAU, BT? Disponível na GloboPlay e gratuito no youtube

Abril Despedaçado –  2001 Dirigido por Walter Salles

Baseado na obra Prilli i Thyer, do escritor libanês Ismail Kadaré, Abril Despedaçado é um filme que mistura tradições familiares com vingança, e é ambientado no sertão brasileiro do começo do século XX.

O longa conta a história de Tonho um jovem que vive atormentado desde que seu pai tenta convencê-lo a vingar a morte do irmão mais velho, assassinado por uma família rival. Angustiado pela perspectiva da morte, Tonho passa a questionar a lógica da violência e da tradição.

Este filme foi o responsável por dar visibilidade internacional para Rodrigo Santoro, e sim, o Wagner Moura também está lá. Abril Despedaçado também faz parte da lista com os melhores filmes brasileiros de todos os tempos da Abraccine.

ONDE VER, BT? Disponível completo no youtube

https://youtu.be/OLiUihroxV4

Lisbela e o Prisioneiro – 2003 Guel Arraes

Lisbela adora ir ao cinema e vive sonhando com os galãs de Hollywood dos filmes que assiste. Leléu é um malandro conquistador, que em meio a uma de suas muitas aventuras chega à cidade da moça. Após se conhecerem eles logo se apaixonam, mas Lisbela está de casamento marcado. Em meio às dúvidas e aos problemas familiares que a nova paixão desperta, há ainda a presença de um matador que está atrás de Leléu, devido a ele ter se envolvido com sua esposa no passado.

O filme que fez metade do país chorar com a versão da música “Você não me ensinou e te esquecer” cantada por Caetano Veloso. A outra metade das pessoas, já não aguentam mais a música, de tanto que tocou.

ONDE SONHA NO CINEMA COM A LISBELA, BT? Disponível gratuito no youtube

O palhaço – 2011 Dirigido por Selton Mello

Benjamim e seu pai, Valdemar, formam a divertida dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Os dois trabalham em um circo mambembe, mas Benjamin decide abandonar a vida artística e mergulhar em uma nova aventura para realizar um grande sonho.

O longa marcou a carreira de Selton Mello como diretor, e também foi o primeiro trabalho da vida de Larissa Manoela, a eterna Maria Joaquina de Carrossel. Ganhou inúmeros prêmios e merece ser conferido.

ONDE VER, BT? Disponível na GloboPlay

Medida Provisória – 2020 Dirigido por Lázaro Ramos

O longa conta a história de um futuro distópico no Brasil. Nesta realidade, um governo autoritário e extremamente racista toma conta do poder. Após isso, uma ‘medida provisória’ entra em vigor e determina que todos os negros do Brasil, agora chamados pelo governo de “‘cidadão de melanina acentuada”,  sejam expulsos do país e enviados para o continente africano contra sua vontade.

Em uma matéria especial do BT (veja aqui) eu te conto tudo sobre o filme e sobre os problemas do longa que rolaram na Ancine.

Mas o filme que fez bonito nas bilheterias do Brasil e foi internacionalmente premiado merece todas as atenções.

ONDE VER, BT? O filme saiu recentemente dos cinemas então está disponível apenas para aluguel nas plataformas que o fazem como o Now da operadora Claro.

A Vida Invisível – 2019 Dirigido por Karim Aïnouz

Antigas cartas de sua irmã Guida, há muito desaparecida, surpreendem Eurídice, uma senhora de 80 anos. No Rio de Janeiro dos anos 1950, as irmãs são cruelmente separadas, pelo machismo e preconceito da época, impedidas de viver os sonhos que alimentaram juntas ainda adolescentes. Invisíveis em uma sociedade machista e horrivelmente conservadora, elas se desdobram para seguir em frente.

Um filme humano, marcante e recomendado pra quem curte um dramalhão.

ONDE APLAUDIR FERNANDA MONTENEGRO, BT? Disponível na GloboPlay

São só 10 sugestões, mas a gente sabe que o cinema brasileiro tem incontáveis filmes marcantes como “O homem que copiava”, os polêmicos “Tropa de Elite” 1 e 2, “Vidas secas”, o irretocável e violento “Cidade Baixa”, o terror “Animal Cordial”, a trilogia “Minha mãe é uma peça”, “Deus e o Diabo na terra do Sol”, “Bruna Surfistinha”, “O Lobo atrás da porta”, “Carandiru” e muito outros.

Tropa de Elite, Carandiru e O Lobo Atrás da Porta também marcaram E MUITO o cinema nacional.

A menção honrosa vai para dois clássicos do cinema que são tão ruins, TÃO RUINS, que vão te fazer rir. Afinal, nem só de ouro vive o cinema (isso no mundo todo), também tem muita tranqueira. São ele: “Super Xuxa Contra o Baixo Astral”, “Lua de Cristal”. Ambos protagonizados pela rainha dos baixinhos, a Xuxa, os filmes podem até ser ruins, mas marcaram a infância da geração 90.

As tranqueiras que a gente respeita

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