O ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, pode continuar recebendo seu salário de R$ 56 mil mensais pelos próximos seis meses, mesmo após ter renunciado ao cargo após as denúncias de assédio moral e sexual contra funcionárias.
Somando os valores, o montante significaria R$ 336 mil após o pedido de demissão. Guimarães teria direito à quantia por conta de uma lei interna chamada de “lei da quarentena”.
Segundo estipula a legislação, há um período no qual quem ocupava cargos estratégicos não pode assumir função na iniciativa privada.
A informação foi divulgada pelo canal GloboNews.
LEI DA QUARENTENA:
O artigo 32 do estatuto estabelece a possibilidade de compensação “no valor equivalente ao honorário mensal da função que ocupava” durante o período estipulado para a quarentena. Os membros da diretoria executiva ficam impedidos de realizar o exercício de suas funções tanto na administração pública quanto na privada, sob a penalidade da suspensão da compensação.
A configuração desse impedimento, porém, depende de prévia manifestação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
DENÚNICIAS DE ASSÉDIO NA CAIXA:
A jornalista Andréia Sadi, do portal do notícias G1, divulgou informações sobre como acontecia o esquema de assédio no local. Os relatos dão conta de que funcionários definiram o período desde a entrada de Pedro Guimarães na Caixa Econômica Federal como “Inferno”.
Sadi também conta na reportagem que Guimarães não agia só. A jornalista conta que quando assumiu, o ex-presidente da Caixa levou homens de confiança e os transformou em seus aliados. Para muitos dirigentes do banco ouvidos pela reportagem nos últimos dias, homens (e mulheres) cúmplices de um esquema que ia de aliciamento de funcionárias a acobertamento desses crimes estão, agora, na mira do Ministério Público.
Um dia após o escândalo de denúncias vira público, Guimarães entregou sua demissão. O caso segue sendo investigado.