Tutores de pets de pelagem clara muitas vezes se queixam de uma condição conhecida popularmente como “lágrima ácida”. O nome técnico dessa alteração, na verdade, é cromodacriorreia e consiste na pigmentação dos pelos diante da presença de substâncias associadas ao ferro, como a lactoferrina. Ela, inclusive, está presente na saliva, por isso alguns bichinhos ficam com os pelos manchados nas extremidades das patas ao se lamberem muito.
Apesar do nome popular, o pH lacrimal está longe de ser ácido. Essas manchas se formam pelo processo de oxidação da lágrima, ou seja, quando ela entra em contato com o ar. A lágrima funciona como um filme protetor dos olhos, ajudando na lubrificação e na expulsão de pequenas estruturas que ali possam cair.
Contudo, o extravasamento da lágrima pode estar associado a outras questões, como aumento na sua produção, obstrução (total ou parcial) dos ductos lacrimais, inflamação ocular, lesões na córnea, entre outros.
Há formas de amenizar a formação das manchas na pelagem do pet, como o uso de lenços umedecidos específicos para higienização local, bem como a utilização de soluções de limpeza voltados para esse tipo de condição.
Ajustes na dieta também podem contribuir nesse processo, como a alimentação natural. Aqui vale ressaltar que uma dieta natural deve ser montada de forma individualizada, ou seja, voltada para as necessidades daquele paciente e sob acompanhamento de um profissional especializado na área de nutrição animal.
De todo modo, o bichinho que apresente “lágrima ácida” deve ser avaliado de forma mais minuciosa por um médico veterinário (de preferência, especializado em oftalmologia), a fim de determinar a causa-base e assim, resolver o problema. Por vezes, a correção se dá apenas por meio de intervenção cirúrgica, a depender da origem do distúrbio. Por isso a avaliação profissional se faz tão importante.