A série documental sobre o assassinato da atriz e bailarina Daniella Perez já está disponível na plataforma HBO Max. A série de cinco episódios acompanha detalhes do crime e da repercussão do caso que completa 30 anos em dezembro de 2022.
A série “Pacto Brutal” é dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra e os próximos três episódios serão disponibilizados no dia 28 de julho. A diretora e atriz Tatiana Issa, é amiga da família e estava com o marido de Daniella, o também ator ator Raul Gazolla (com quem trabalhava), no momento em que o assassinato foi informado.
Os diretores entraram em contato com a Daniella, Glória Pérez, antes de dar início ao projeto: “Queríamos falar dessa história de maneira séria. Mandei uma mensagem para Glória, lá pela meia-noite, perguntando se ela gostaria de falar sobre isso e ela me respondeu, à uma da manhã, dizendo que conhecia o nosso histórico e que estava disposta a confiar”, afirmou a diretora em entrevista ao portal Omelete.
Guto foi responsável pelo roteiro e definiu como seria a narrativa: “É claro que temos a história do crime, que tem que ficar muito clara, por conta de todas as versões. Mas, a parte que mais nos fez querer contar essa história é a história da Glória, dessa mãe, que se tornou uma investigadora, que foi atrás e que sacou que tinha um papel crucial ali.”, afirmou Guto também ao Omelete.
DANIELLA ATUAVA NA NOVELA GLOBAL “DE CORPO E ALMA”
Daniella tinha 22 anos quando foi morta. Ela fazia parte do elenco da novela “De Corpo e Alma”, que era escrita por sua mãe, Glória, e vivia a personagem Yasmim.
Depois da morte de Daniella, Glória Perez se afastou do comando da novela, que já estava na reta final, por uma semana e deixou que Gilberto Braga e Leonor Bassères dessem andamento para a história. Depois desse tempo, Glória voltou ao trabalho. A novela chegou ao fim em 6 de março de 1993.
Ao final do primeiro capítulo sem a atriz, foi exibida uma homenagem à atriz com depoimentos gravados pelos atores da trama e pelo diretor Fabio Sabag. A solução encontrada para a personagem foi dizer ao público que Yasmin havia se mudado para o exterior para estudar. A autora Glória Perez também incluiu mais dois assuntos no enredo: a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal.
QUEM COMETEU O CRIME?
A atriz foi assassinada a tesouradas com 12 perfurações pelo colega de elenco, o ex-ator Guilherme de Pádua e pela esposa dele, Paula Thomaz. O processo e condenação dos assassinos durou cinco anos, e Guilherme de Pádua e Paula Thomaz foram condenados por homicídio qualificado, com pena de 19 anos de prisão para Guilherme e 18 anos para Paula, entretanto, os criminosos foram liberados após pouco mais de 6 anos na cadeia com direito a ficha limpa!
Pádua também atuava em “De corpo e Alma”, mas seu personagem, Bira, não teve desfecho, apenas sumiu da história.
Guilherme atualmente é pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, e está em seu terceiro casamento. Paula Thomaz, que hoje atende por Paula Peixoto, também está casada e vive discretamente.
Nenhum dos criminosos foram convidados para depor na série por uma decisão que partiu de um pedido de Gloria Perez.
“Para que entrevistar agora? Para dar palco para psicopata? O que eles têm para dizer a mais do que já foi dito? Se eles tivessem alguma coisa a dizer depois do resultado do júri, eles teriam processado o Estado ou pediriam um novo julgamento. Pediram? Claro que não. Saiu barato à beça para eles”, afirmou Glória.
A atual esposa do assassino, Juliana de Assis Lacerda, entrou em desespero com a repercussão do caso e foi no seu Instagram afirmar que o condenado confesso não matou Daniella. Pádua deletou suas redes sociais depois que o primeiro trailer da série foi divulgado.
O DOCUMENTÁRIO:
Os filmes e documentários de “True crime” (crimes reais), foram se popularizando no Brasil ao longo dos anos. Histórias de crimes que aconteceram no Brasil vem ganhando um destaque que sempre existiu em países como os Estados Unidos, que sempre exploraram o gênero.
A série dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra já é esperada há algum tempo, e conta com diversos depoimentos. Não há dramatizações nos episódios, um recurso que é muito comum quando são retratados casos como o de Daniella. A decisão foi tomada juntamente com a mãe da vítima.
Veja o trailer: