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BT Pet I Prática cat friendly ou “amigável para gatos”: como ela pode transformar as experiências do seu pet? 

Amanhã, dia 08 de agosto, é comemorado o dia internacional do gato! Essa data foi implementada pela International Fund for Animal Welfare em 2002, como forma de incentivar as pessoas a entenderem como cuidar melhor dos gatinhos. 

A prática cat friendly (ou “amigável para gatos”) vem ganhando cada vez mais espaço e surgiu como um conjunto de técnicas que visam reduzir os traumas associados às idas ao consultório veterinário, (tanto nos bichinhos quanto em seus tutores).  

Se você é tutor(a) de um gatinho, aposto que ou já passou pela seguinte experiência, ou conhece alguém que já tenha passado: 

Seu gatinho não está bem e precisa ir ao veterinário. A dificuldade já começa em fazê-lo entrar na caixinha de transporte. Depois de muita luta e de muitas fugas, você consegue. Ele foi “capturado”, mas vai acuado o caminho inteiro.  

Chegando na clínica, você coloca a caixa no chão e em volta de vocês há vários cães latindo, alguns até mesmo vindo cheirar a caixa do seu gato por curiosidade, outros tutores se aproximando e tentando fazer carinho nele “porque ele é muuuuito fofo”, pessoas falando alto… Nossa, quanta informação ao mesmo tempo! 

Entrando no consultório, o veterinário arranca o bichinho da caixa e o avalia à força. E então chega a hora da tão temida colheita de sangue! É preciso você e mais três pessoas para segurarem o gato: uma nas patas traseiras, outra nas patas dianteiras, uma mantendo o corpo dele fixo à mesa e outra puxando o cangote para trás. Enquanto essa cena de horror acontece, o bichano obviamente está miando a plenos pulmões jurando todos de morte, arranhando e tentando morder. “Gatos são difíceis mesmo, tem que segurar com força senão ele vai atacar”, diz alguém. 

Depois de tudo isso, certamente o veterinário vai fazer uma piada dizendo que acabou de atender uma jaguatirica, entregar a receita e liberar vocês que, obviamente, estão exaustos e traumatizados

Essas experiências negativas reforçam duas situações. A primeira é o fato do gato ter horror a sair de casa, criar aversão pela caixinha de transporte, porque sempre que ele entra nela, ele lembra que dali pra frente acontece uma sucessão de catástrofes. A segunda é que o trauma deixado no tutor faz com que ele adie o máximo possível a ida ao consultório veterinário, porque é tão exaustivo e doloroso ver seu gato sofrer que ele aguenta até onde pode com o bichinho doente em casa. 

Depois de colocar esse contexto, se eu contar para você que é possível transformar a ida ao consultório veterinário em um passeio interessante para o gato, você acredita? 

As práticas cat friendly englobam uma série de adaptações, considerando as particularidades da espécie felina e os gatilhos de estresse, como: 

– Presença de uma sala de espera separada da dos cães, de preferência onde o gato possa circular livremente para reconhecimento de território (no tempo dele); 

– “Gatificação” do ambiente, com locais onde ele possa subir e/ou “se esconder”; 

– Controle de iluminação, odores, estímulos sensoriais; 

– Música ambiente calma (sugiro pesquisar por playlists do “Relax my cat”); 

– Internamento separado dos cães, com mínimo ou nenhum contato visual com eles;  

– Procedimentos realizados com o mínimo de contenção possível (no máximo com o auxílio de uma toalha que, de preferência, já venha de casa com o gatinho, porque assim já tem o cheiro dele). Aliás, conseguimos fazer boa parte dos procedimentos ambulatoriais com auxílio de sachês ou outros petiscos. Geralmente eles ficam tão distraídos comendo que nem percebem as furadinhas, É SÉRIO! 

Mesmo estando em evidência, a prática cat friendly ainda não é adotada por todos. Infelizmente ainda há profissionais que preferem insistir na ignorância ao invés de buscar estudar e se atualizar. Falta entender que uma abordagem de baixo estresse beneficia a todos os envolvidos, inclusive a ele mesmo, que consegue avaliar o gato por completo e realizar todos os procedimentos que precisar para chegar a um diagnóstico.  

Não vamos desistir do nosso trabalho de formiguinha de disseminar a ideia da prática cat friendly, até que o estranho seja não aplicá-la! Felizmente hoje dispomos até mesmo de clínicas especializadas em atendimento exclusivamente felino (inclusive em Belém). Muitos passos já foram dados em direção a isso, mas seguimos na busca do dia em que todos os bichanos tenham a oportunidade de receber suporte médico sem traumas!