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Jornalista relata ter sido vítima de motorista de app que tentou dopá-la

A apresentadora da Rede Globo Bárbara Coelho relatou no programa ‘Encontro’ que foi vítima de uma tentativa de dopagem em um carro do aplicativo Uber Brasil. A jornalista contou que o caso aconteceu nesta quarta-feira, 12, no Rio de Janeiro, quando ela pediu uma corrida para ir ao médico.

Bárbara revelou ainda que a viagem seria curta, com cerca de 10 minutos: “Quando entrei no carro eu não senti nada, eu percebi que o carro tava com um aspecto muito ruim, sujo, mas eu entrei já distraída, a gente fica muito no telefone hoje em dia”, começou.

Ela rapidamente percebeu algo diferente: “Em menos de 2 minutos eu senti um cheiro forte”, contou a apresentadora à Patrícia Poeta. Ao sentir o odor estranho, a apresentadora do “Esporte Espetacular” enviou a localização do veículo para uma amiga próxima, avisando que algo estranho estava acontecendo.

“Muito pouco tempo depois eu comecei a passar mal. Durante esse período, o motorista mandou um áudio estranho pra alguém pedindo cesta básica. Me pareceu uma necessidade de mostrar que era do bem, que tava tudo certo. Foi muito aleatório aquele pedido de cesta básica durante a corrida, primeiro que nem se usa o telefone, ou não deveria usar”, relatou a jornalista, que começou a ter si.

Eu comecei a ficar muito mal, comecei a perder os sentidos, falta de ar e com dificuldade até de falar. Aí eu mandei um áudio para o meu marido e falei ‘me espera na porta porque eu tô chegando’. Aí ele [motorista] me olhou muito feio pelo retrovisor, muito assustado, me encarando.

A jornalista pediu que o motorista parasse o carro. Ele chegou a questionar a decisão, mas estacionou o veículo. Bárbara disse que pediu ajuda em uma banca e começou a chorar.

A toxicologista que participava do programa ‘Encontro’, explicou que o motorista pode ter usado um solvente orgânico, que se dispersa rapidamente no ar.

“O solvente entra rápido no organismo por meio da respiração, atinge rapidamente o cérebro e gera esses sintomas: sonolência, sensação de desmaio, enjoo e confusão mental”, disse a especialista.

O fato de o motorista não ter sofrido os efeitos do solvente pode ter sido pelo vidro aberto ou ainda, o líquido pode ter sido borrifado diretamente no lado do passageiro.

A Uber emitiu nota sobre as denúncias:

Com relação ao que vem sendo chamado de “golpe do cheiro”, as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis. Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% – e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.

Além disso, uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos. Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.

De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.