Engole o choro. Quem aí já não ouviu essa frase? (especialmente lá na infância). Muitos de nós aprenderam que chorar é coisa de gente fraca, que não aguenta o tranco. Disseram que é preciso ensinar a ser forte desde que somos pequenos. E assim viemos construindo uma sociedade de pessoas fortes que não choram. Certo?
Errado! O choro é uma necessidade natural e uma forma de expressar dor e angústia. Importa buscarmos desconstruir essa falsa associação entre choro e fraqueza. Se estás com fome, tu comes. Se queres chorar, vais engolir? Choro não alimenta tua fome e é indigesto. Ele sinaliza algo que precisa de vazão. Chorar também pode ser algo saudável.
Reprimir as emoções só nos torna mais frágeis com o decorrer do tempo. A verdade é que à medida que abafa os teus sentimentos, eles vão criando uma bomba-relogio emocional. Sabes o que é pior? Uma hora essa dor vai sair. Pode ser num almoço de família, pode ser numa reunião de trabalho. I u trânsito? Quantas explosões emocionais no trânsito podem ser choros engolidos?
Por isso, é necessário que você busque maneiras adequadas para expressar a dor, através do choro. Pode ser sozinho. Pode ser com um amigo. Pode ser em grupo. Que tal pensar em buscar a psicoterapia para entender melhor a ti mesmo e os choros aprisionados? A terapia também pode te auxiliar sobre formas saudáveis e funcionais para a expressão do teu sentir.
Que possamos naturalizar a necessidade de chorar. Já disse a pesquisadora Lauren Bylsma: “o choro é uma forma essencial de alívio”.
Não vamos nos maltratar engolindo o choro. Não façamos isso também com as nossas crianças. Quando adultos já sabemos o preço alto da repressão do que sentimos.
E a tal masculinidade que ainda se afirma com a ideia de fortaleza e invencibilidade sem choro? Repensemos.
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Juliana B Galvão
Psicóloga CRP10/3645
