O Jornal Nacional continua as sabatinas dos candidatos à presidência da República. Nesta quinta-feira, 25, o ex-presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o entrevistado da vez.
Um dos temas debatidos foi a corrupção. Perguntado sobre escândalos de governos anteriores do PT e como fazer para que não se repitam, o candidato petista defendeu que as investigações devem ser feitas e respeitadas. “A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a Controladoria Geral da União (CGU) com um ministro para fiscalizar, a gente criou a Lei do Acesso à Informação, a Lei Anticorrupção, a Lei contra o Crime Organizado, contra a lavagem de dinheir […]. Todas essas medidas foram tomadas no meu governo. Além disso, o Ministério Público era independente e a Polícia Federal recebeu, no meu governo, mais liberdade que em qualquer outro governo da história”, disse o candidato.
Lula seguiu: “Só existe uma possibilidade de alguém não ser investigado nesse país: não cometer erro. Se cometer erro, vai ser investigado. E foi isso que nós fizemos. Se alguém comete um erro, um delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve e tá resolvido o problema. Qual foi o equívoco da Lava-Jato? É que ela enveredou por um caminho político delicado. Ela passou o limite da investigação e entrou na política, e o objetivo era o Lula. O objetivo era tentar condenar o Lula. No primeiro depoimento que dei ao Sérgio Moro, eu disse: ‘Moro, você está condenado a me condenar, porque a mentira foi longe demais e você sabe do que eu tô falando’. E aconteceu o que eu previa”, afirmou o petista.
O jornalista William Bonner insistiu na pergunta e questionou o que Lula faria, se eleito, para que casos de corrupção não voltem a ocorrer. Em resposta, Lula relembrou escolhas durante os primeiros mandatos como presidente. “Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador, sabe aquele amigo que você escolhe que não deixa nenhum processo ir pra frente? Eu poderia ter feito isso, não fiz. Eu poderia ter impedido que a Polícia Federal tivesse um delegado que eu não pudesse controlar. Não fiz. Eu permiti que as coisas acontecessem do jeito que precisavam acontecer. E nós vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito que aconteça na máquina pública brasileira”, afirmou.
E seguiu, citando medidas tomadas pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL): “Eu poderia, por exemplo, fazer decreto de 100 anos. Sabe o decreto de sigilo que tá na moda? Pra não apurar nada, eu poderia assinar pro Pazuello, para os meus filhos, para os meus assessores. Ou eu poderia não investigar. Pegar um tapetão e colocar em cima de qualquer denúncia e nada vai ser apurado, não vai ter corrupção. A corrupção só aparece quando você governa de forma republicana e que você permite que as pessoas sejam investigadas independentemente de quem seja”, afirmou Lula.
VEJA O TRECHO QUE LULA FALOU SOBRE CORRUPÇÃO: