“A Amazônia pode colocar o Brasil na vanguarda ambiental do mundo novamente. Para isso, ela precisa estar de pé”. “Pulmão do mundo”. Esses e outros termos atribuídos ao bioma mais importante do Brasil estão em evidência em ano presidencial, e mais ainda na sua data especial, 5 de setembro, também conhecido como dia da Amazônia.
Dos quatro principais concorrentes à presidência da República, apenas Bolsonaro não se manifestou nas redes sociais no dia da Amazônia:
Lula
O candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), é um defende a floresta em pé e sabe a importância da preservação do meio ambiente. “Amazônia é “de interesse de sobrevivência da humanidade” e que não abrirá mão da sua soberania”, disse em entrevista. Ele também promete uma relação mais forte com os países da União Europeia (UE), com o intuito de obter parcerias, tecnologia de monitoramento e prevenção e investimentos.
“A Amazônia é de interesse de sobrevivência da humanidade e, portanto, todos têm responsabilidade para ajudar a cuidar dela. A gente não quer transformar a Amazônia num santuário da humanidade, a gente quer explorar da Amazônia aquilo que a biodiversidade pode oferecer”, afirmou.
“A gente não resolverá a questão climática se não tiver uma governança mundial que decida e que todos tenham que cumprir. Se a gente continuar discutindo a questão climática decidindo nos encontros, a nível internacional, e depois cada país tentar resolver o seu negócio, não vai acontecer”, acrescentou.
Simone Tebet
Para refletir sobre a importância da data, a candidata do MDB visitou uma cooperativa de reciclagem em São Paulo, nesta segunda-feira, 05, para conversar com os trabalhadores que se esforçam em prol do meio ambiente. “Fizemos questão de vir aqui para mostrar que cuidar do meio ambiente é também garantir desenvolvimento sustentável com qualidade de vida, renda, salário, não só para os catadores, mas para toda uma cadeia de produção”, ressaltou.
Em especial sobre esforços e políticas para a Amazônia, Tebet propõe a criação de uma Secretaria Executiva voltada para as políticas públicas pra Amazônia. “Ela vai ter o papel decisivo de cuidar dos biomas junto com o Ministério das Relações Exteriores fazer essa dobradinha. Primeiro para mostrar para o mundo que nós somos [um país] sustentável, cuidamos dos nossos biomas não só com os órgãos de fiscalização e controle atuando, mas também fazendo com que investimentos privados estrangeiros possam vir para que a gente possa aquecer a economia, fazer o Brasil voltar a crescer, gerar emprego e renda para população”, afirmou.
Ciro Gomes
O candidato pedetista pontua que, ao contrário do que sugeriria um pensamento maniqueísta sobre a questão ambiental, um novo ciclo de desenvolvimento industrial pode ajudar a deter o desmatamento no país, pois, enquanto o Brasil continuar dependendo do aumento da exportação de produtos primários e de baixo valor agregado para sustentar seu padrão já baixo de consumo, a força da pressão para expansão da mineração e do agronegócio sobre a floresta será muito grande. Na verdade, para a região amazônica precisamos de ferramentas e iniciativas de desenvolvimento sustentável, como o zoneamento econômico ecológico, por exemplo. Sem alternativas econômicas para a Amazônia, não salvaremos a floresta.
Também é importante garantir o investimento na proteção da região amazônica, função a ser fortemente desempenhada pela defesa e pelo aparato militar brasileiro, com controle por satélite em tempo real que possa não só permitir o rápido combate a queimadas como o combate a ações de desmatamento ilegal. Isso é também fundamental para assegurar a posse desse território nacional, hoje em grande parte dominado por ONGs internacionais e continuamente cobiçado pelos países mais desenvolvidos.
Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro, do PL, e candidato à reeleição, defende ações do governo federal na preservação da Amazônia, e afirmou que o Brasil e o mundo sofrem de um “ataque claro às liberdades individuais”. Bolsonaro disse que “nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa e restritiva” e afirmou que o Código Florestal brasileiro deve servir de exemplo a outros países. “Afinal, somos responsáveis pela emissão de menos de 3% carbono do planeta, mesmo sendo a 10ª economia do mundo”, disse.
“A Amazônia brasileira é um patrimônio da Nação brasileira. A soberania brasileira é inquestionável e inegociável”, destacou.
“Para este Plano de Governo, é fundamental, até para que o assunto tenha a necessária transparência, que seja determinado o desenvolvimento de metodologias que consolidem as bases de dados e harmonizem os resultados no sentido de balizar as políticas públicas contra queimadas de maneira mais assertiva”, reforça o candidato.
Governador do Estado do Pará e candidato à reeleição, com ampla vantagem em relação ao demais candidatos, Helder Barbalho, do MDB, têm uma tarefa difícil para proteger a floresta amazônica, que fica dentro do território paraense, uma vez que dos 10 municípios que mais perderam floresta em pé, o Pará tem dois na liderança e mais dois dentro do top 10.
Sobre o seu plano de governo para o meio ambiente, em caso de vitória nas urnas, Helder propõe o Plano Estadual Amazônia Agora, que inclui os seguintes pontos: Territórios Sustentáveis; Fundo da Amazônia Oriental; Política Estadual da Bioeconomia; Política Estadual de Restauração Ambiental; Política Estadual do Regulariza Pará; Sistema Estadual de Unidades de Conservação; Sistema Jurisdicional de REDD+ (Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação Florestal, com conservação ambiental e incremento de estoque de carbono); Política Estadual de Incentivos/Pagamentos aos Serviços Ambientais.
Um dos principais pontos, que aparece 13 vezes no plano, é a bioeconomia. Helder pretende, se eleito, implementar um plano sobre o tema, entregar um Parque de Bioeconomia e Inovação em Belém, além de criar um espaço de inovação para financiar pesquisas entre os setores científico-tecnológicos, povos tradicionais, iniciativa privada, sociedade civil e poder público.