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Naufrágio em Cotijuba: defesa de comandante da lancha afirma que sobreviventes ‘podem estar mentindo’

Dorivaldo Belém, advogado de defesa de Marcos de Souza Oliveira, condutor da lancha “Dona Lourdes II”, que afundou no dia 8 de setembro próximo da Ilha de Cotijuba, protocolou um documento junto à Delegacia de Polícia Fluvial do Pará (DPFLU) pedindo que todos os sobreviventes da embarcação identificados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) sejam ouvidos no inquérito que investiga o naufrágio. Segundo a defesa, “algumas pessoas podem estar mentindo, se dizendo sobreviventes”. As informações são do portal Notícia Marajó.

Imagem da lancha “Dona Lourdes II”, que naufragou no dia 8 de setembro. 22 pessoas morreram no acidente, 66 sobreviveram e ainda há 1 desaparecido. Imagem: Reprodução redes sociais.

A defesa de Marcos Oliveira, afirma que acredita que o número de passageiros esteja superestimado. O advogado solicitou uma oitiva com os sobreviventes, para que os policiais comprovem o endereço das vítimas, onde cada um embarcou na lancha, qual o destino, quanto pagou pela passagem, qual o objetivo da viagem, e de que forma foi salvo.

O objetivo da defesa é seria contestar no inquérito a informação da Segup, que trabalha com a hipótese de superlotação na lancha ao contabilizar 89 pessoas embarcadas. Segundo a Secretaria, foram contabilizados 66 sobreviventes e 22 mortos. Ainda há uma criança desaparecida, uma menina de 4 anos identificada como Sofia Lorem.

O advogado alega a lancha estava com 78 pessoas embarcadas, sendo 74 passageiros e quatro tripulantes, além de uma criança de um ano, o que não seria necessário inventariar, segundo normas da Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Pará (Arcon).

O advogado também argumenta que Marcos é contramestre habilitado pela Capitania dos Portos, que tem experiência na profissão, e que conta os passageiros de forma correta, inclusive, para fazer a cobrança das passagens. Ele afirma que Marcos sabia quantos passageiros havia na embarcação, portanto, pessoas poderiam estar alegando fazer parte dos sobreviventes sem ter estado na embarcação, “o que influencia diretamente no resultado das investigações e pode prejudicar o julgamento”, disse a defesa.