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Em novo vídeo, empresário que tentou comprar votos pede desculpas a funcionários

O empresário Maurício Lopes Fernandes Júnior, o “Da Lua”, que ofereceu dinheiro a seus funcionários para que eles votassem em Bolsonaro no segundo turno, vai ter de pagar R$ 150 mil a título de danos morais coletivos pelo ato. É  o que prevê o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo Ministério Público do Trabalho (TAC) e aceito pelo empresário. Desse total, R$ 50 mil serão destinados para o custeio de campanha de conscientização política destinado aos empregadores por meio das principais emissoras de rádio do Estado do Pará; e R$ 100 mil direcionados a projetos sociais a serem indicados.

“Da Lua” foi indiciado pela Polícia Federal na “Operação “Duzentão”, que cumpriu mandado de busca e apreensão nesta quinta e sexta-feira (06 e 07/10), para prevenção e o combate aos crimes eleitorais, com apoio do Ministério Público do Trabalho e auditores fiscais do trabalho.

Em um vídeo que circulou nas redes sociais o dono de uma cerâmica prometeu pagar R$ 200 a seus empregados em troca de voto em Jair Bolsonaro para a Presidência da República – daí o nome da operação. Além disso, teria havido ameaça de demissão no caso de Lula vencer a eleição. 

Nesta sexta-feira, 7, Maurício aparece em um novo vídeo, desta vez, pedindo desculpas a seus funcionários por ter tentado comprar votos. “Se vocês trabalharem para outro empresário que fizer o que eu fiz, eu fiz uma grande burrice, denuncie, vá ao Ministério Público”, diz ele.

“Da Lua” foi ouvido pelo delegado chefe da operação e admitiu que era ele no vídeo. Por haver indícios de autoria e materialidade, foi feito o indiciamento por condutas relacionadas a crimes eleitorais. O empresário responderá em liberdade. Os trabalhadores também foram ouvidos e confirmaram a hipótese criminal de compra de votos, mas negaram a ameaça de demissão em caso de insucesso do candidato apoiado no pleito. 

A Operação “Duzentão” obteve mandado de busca e apreensão, além de quebra de sigilo de dados. Foi feita análise de documentos no local, não sendo necessária a apreensão.