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Em áudio, empresário do agro afirma que forçou funcionárias a filmarem voto: ‘celular no sutiã’

O Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia instaurou inquérito para investigar um áudio, supostamente de um empresário do setor agropecuário, em que o mesmo ameaça funcionários para que eles filmassem na urna eletrônica na hora do voto no primeiro turno das eleições de 2022.

O MPT da Bahia atribuiu o áudio ao empresário Adelar Eloi Lutz, gaúcho, mas que mora na Bahia há mais de 30 anos e que possui propriedades rurais em Formosa do Rio Preto, a 756 km de Salvador.

Adelar Eloi Lutz, agachado na foto. Foto: Reprodução.

No áudio, Lutz afirma ter forçado os funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, e que “botou pra fora” quem não obedeceu. “Tem que fazer ameaças nos mercados em Formosa. Mesmo não comprando muito deles, mas os funcionários compram no mercado. Tocantins tá certa também, que nem o senhor tava certo. Bota pra fora logo. Eu também lá em casa, eu tirei já”, afirmou.

Na sequência, ele segue falando das ameaças aos funcionários. “Tinha cinco, dois voltou atrás. Aí, dos outros dez que estavam ajudando na rua, todo mundo teve que provar. Filmaram a eleição. Se vira, entre com o celular no sutiã, que seja, vai filmar. Senão, rua. Filmaram e provaram que votaram”, disse.

Ainda no áudio, o empresário afirma que alguns funcionários chegaram a recusar a ordem. “Duas não queriam, tá pra fora. Hoje já estão falando ‘eu vou votar no Bolsonaro agora’. Então vota primeiro, prova, e te dou o serviço. Caso contrário antes não”, finalizou.

O MPT da Bahia instaurou inquérito e deu dois dias para a defesa do empresário se manifestar. A advogada Thiana Brandão, defensora de Adelar Eloi Lutz, afirmou, em contato com a Folha de São Paulo, que as informações que constam no inquérito “não procedem”. Entretanto, não explicou se estava falando do áudio ser atribuído ao empresário ou se o empresário realmente fez o que diz nos áudios.

OUÇA O ÁUDIO: