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João Doria, ex-governador de São Paulo, anuncia saída do PSDB

O ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira, 19, que formalizou sua desfiliação do PSDB após 22 anos no partido. Em nota e publicação nas redes sociais, ele disse ter “cumprido sua missão” na política. “Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida”, declarou. ” Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro.”

Em maio deste ano, Doria desistiu de se candidatar à Presidência, atendendo a pressões internas do partido. Apesar de o paulista ter vencido as prévias tucanas contra o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, a cúpula da legenda decidiu que apoiaria Simone Tebet (MDB) no primeiro turno das eleições, com a senadora Mara Gabrilli (SP) como candidata a vice. A percepção do partido era de que o ex-governador estava estagnado nas pesquisas, pontuando entre 2% e 5%. Tebet terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 4,16% dos votos.

Voto nulo no segundo turno. Logo após o primeiro turno das eleições, Doria afirmou em entrevista ao UOL que não irá apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). ‘[Não vou] nem de Lula, nem de Bolsonaro”, disse. “O meu voto será o da neutralidade. Meu voto será nulo. Não faço ataques nem a um lado, nem ao outro.”

No mesmo dia, Rodrigo Garcia (PSDB), vice de Doria e candidato derrotado à reeleição pelo governo de SP, anunciou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), na esfera estadual, e a Bolsonaro, na federal. Ao jornal Folha de S. Paulo, Doria disse que discorda, mas respeita a posição de Rodrigo. Doria chegou a fazer campanha para Bolsonaro em 2018. Os dois se desentenderam após o surgimento da pandemia de covid-19. 

Enquanto o presidente criticava as medidas para conter a doença, o então governador de SP capitaneava a iniciativa para trazer a vacina CoronaVac para os paulistas. Em 2021, ele disse que estava “amargamente arrependido” de ter apoiado Bolsonaro. “Não tenho compromisso com o erro. Foi um enorme erro, meu e de milhares de brasileiros. Nós temos um governo que de liberal só tem o discurso. É uma tristeza para o Brasil”, afirmou.