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Bolsonaro isolado: quase 100 países já reconheceram a vitória de Lula nas eleições

Depois da confirmação do resultado das eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informando, oficialmente, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o novo presidente eleito do Brasil pelos próximos quatro anos, diversos países ao redor do mundo começaram a reconhecer a vitória do petista.

Países como Argentina, Uruguai, França, Reino Unido, Alemanha, China, Itália, Estados Unidos, entre outros reconheceram a vitória de Lula. Até o momento, a lista já conta com 93 países, segundo o site de notícias UOL. O número de países deve aumentar até o fim desta semana.

Enquanto isso, no Brasil, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no pleito, segue em silêncio, quase 48 horas depois do resultado oficial ser divulgado pelo TSE.

Quase 48 horas depois da vitória de Lula, Bolsonaro segue em silêncio. Imagem: Reprodução.

Desta forma, a avalanche de reconhecimentos foi recebida no Itamaraty como um sinal claro de que, para a comunidade internacional, não existem questionamentos sobre a eleição e que, a partir de agora, o interlocutor é Lula, e não Bolsonaro.

REPERCUSSÃO NO MUNDO

Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, foi às redes sociais para felicitar Lula. Ela acaba de vencer suas eleições na Itália e, pela primeira vez em décadas, o movimento herdeiro do fascismo tomou o poder em Roma.

Em sua vitória, Meloni recebeu efusivas mensagens do clã Bolsonaro, numa esperança de que a nova aliada fizesse o mesmo no Brasil. Mas isso não ocorreu e a italiana fez votos de que Lula e ela continuem a trabalhar juntos em nome da “histórica amizade” entre os dois povos.

Quem também reconheceu o resultado das urnas foi a Arábia Saudita, onde Bolsonaro chegou a dizer que tinha afinidades com o príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman. Nas redes sociais, o saudita desejou “sucesso” ao petista.

O governo dos Emirados Árabes Unidos, também com amplos contatos com a família do presidente, já parabenizou Lula.

Mais moderada foi a ultraconservadora Katalin Novak, presidente da Hungria e que há poucos meses esteve no Brasil. Ela não citou o nome de Lula nas redes sociais. Mas deixou claro que Budapeste reconhece a vitória do petista e que deseja sucesso ao “presidente eleito”.

Em Israel, nem mesmo o gesto de Bolsonaro de apontar para um reconhecimento de Jerusalém como capital e a mudança de votos do Brasil na ONU em favor dos israelenses levou o governo do país estrangeiro a hesitar sobre a eleição brasileira.

Bolsonaro indo embora do Palácio do Planalto em Brasília, um dia depois da derrota nas eleições. Imagem: Reprodução.

Nas redes sociais, Isaac Herzog parabenizou Lula. “Recordamos com carinho sua visita a Israel diante seu mandato anterior”, disse. “Esperamos aprofundar nossos excelentes laços e principalmente cooperar em um assunto que tanto nos preocupa: o meio ambiente”.

Na Polônia, também governada pelos ultraconservadores, as autoridades não hesitaram em saudar a vitória de Lula.

Na América do Sul, o reconhecimento do Suriname nas últimos horas completou o mapa da região, com todos os vizinhos do Brasil chancelando o sistema eleitoral do país. Todos os países dos Brics também sinalizaram na mesma direção.

Ao parabenizar Lula, o que Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e tantos outros fizeram foi sinalizar que confiavam no processo eleitoral e nos resultados das urnas eletrônicas. Mas há um segundo recado: a partir de agora, reconhecem que o poder legítimo no Brasil está com Lula.

ENTIDADES INTERNACIONAIS

Entidades internacionais também se expressaram, como a Organização dos Estados Americanos, ONU e a União Europeia.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A fila para falar com o Brasil de Lula, segundo diplomatas, já preenche uma ampla agenda de países que já se adiantam em busca de costurar relações com o novo presidente eleito, pensando no futuro.

Entre os europeus, havia ainda a esperança de que Bolsonaro permitisse que uma equipe de transição ou até mesmo Lula fosse para a cúpula do G-20, que ocorre em novembro na Indonésia. Mas, dentro do Itamaraty, a possibilidade é vista como “impossível”.

No G-20, porém, diplomatas brasileiros já admitem que, se Bolsonaro for, será difícil organizar qualquer tipo de encontro para o presidente derrotado. Principalmente se mantiver a postura de não reconhecer a derrota e iniciar um processo de transição.

*Com informações de UOL