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Desmatamento: mês de outubro foi o mais crítico dos últimos oito anos; Pará foi o que mais perdeu floresta

Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados nesta sexta-feira (11), o mês de outubro apresentou maiores índices de desmatamento desde 2015: quase 904 quilômetros quadrados de floresta. O Pará foi o estado que mais perdeu o bioma no Brasil: 435 quilômetros.

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que é um setor de monitoramento do Inpe. Os alertas divulgados são focados nos oito estados da Amazônia Legal: Pará, Acre, Tocantins, Mato Grosso, Amazonas, Roraima, Rondônia e parte do Maranhão. Os estados juntos representam 59% do território brasileiro.

RECORDE

A área desmatada, de 904 km2, no mês passado na maior floresta tropical do planeta é 3% maior que a de outubro de 2021, antigo recorde para o mês, segundo dados do sistema de vigilância por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Série histórica em outubro levantada pelo Deter:

2015: 536 km2

2016: 750 km2

2017: 440 km2

2018: 526 km2

2019: 555 km2

2020: 836 km2

2021: 877 km2

2022: 904 km2

“Neste fim de mandato, há uma corrida de criminosos ambientais para derrubar a floresta, aproveitando o fato de que ainda têm um parceiro sentado na cadeira da presidência da República”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. “Enquanto Lula está a caminho do Egito para se reunir com líderes do mundo inteiro na tentativa de resgatar a imagem do Brasil, Bolsonaro continua no país, implementando sua agenda de destruição ambiental.”

A ONG WWF-Brasil alertou que, junto com o aumento do desmatamento, o número de queimadas “aumentou” após as eleições presidenciais.

Pará foi o estado que mais perdeu floresta. Imagem: Reprodução.

“O aumento dos alertas de desmatamento e queimadas era esperado – ainda assim, os números dos primeiros 10 dias de novembro são assustadores mostra claramente uma corrida desenfreada pela devastação em alguns estados”, disse a ONG em nota.

GESTÃO BOLSONARO NA AMAZÔNIA

Durante o governo de Bolsonaro, negacionista das mudanças climáticas, o desmatamento médio anual na Amazônia brasileira – causado principalmente pela derrubada de árvores para expansão da área de pastagem de gado e da fronteira agrícola, segundo especialistas – aumentou 75% em relação à década anterior.

Governo Bolsonaro teve grande número de desmatamento e destruição da Amazônia verde. Imagem: Reprodução.

O desmatamento acumulado entre 1º de janeiro e 31 de outubro deste ano representa o maior valor da série histórica do sistema DETER, apontou o WWF-Brasil, com a destruição de 9.494 km2.

SISTEMA DETER

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Área de em alerta de desmatamento por ano em quilômetro quadrado levantados pelo Deter:

2015: 2.195 km2

2016: 6.032 km2

2017: 3.551 km2

2018: 4.951 km2

2019: 9.178 km2

2020: 8. 417 km2

2021: 8.219 km2

2022: 9.494 km2

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

Já a taxa oficial de desmatamento em 2022 (com os dados de agosto do ano passado a julho deste ano) ainda não foi divulgada.

*Com informações de Portal G1 e Brasil de fato.