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Produções audiovisuais de estudantes da rede pública ganham espaço nas telas do “Festival Curta Escolas”

O resultado do primeiro contato cinematográfico de estudantes estará em exibição na 2ª Edição do Festival de Curtas das Escolas Públicas Estaduais do Pará, que é integrado ao Festival Pan-Amazônico de Cinema (Amazônia FiDOC). O intuito do projeto é levar as produções dos alunos até o Cine Líbero Luxardo através da Mostra Primeiro Olhar e a última exibição será nesta quinta-feira, 17 de novembro, às 9h, com entrada franca. 

Além de produções feitas para o Festival Curta Escolas, vários projetos periféricos voltados aos moradores de áreas de risco da capital paraense estão sendo exibidos na Mostra Primeiro Olhar, como o “Cine Clube TF” e o “Telas em Movimento”. Os estudantes vencedores da mostra ganharão troféus e participarão de oficinas de audiovisual, oferecidas pelo Instituto Cultural da Amazônia e ZFilmes Produções.

Amazônia FiDOC 2022 no Cine Líbero Luxardo | Imagem: Reprodução / O Liberal

O Festival Curta Escolas é iniciativa do Instituto Cultural da Amazônia e conta com a parceria/apoio institucional da Secretaria de Cultura do Estado do Pará e Instituto Márcio Tuma. Entre os objetivos, destaca-se a oportunidade de dar visibilidade à produção audiovisual dos estudantes da rede pública estadual de ensino do Pará e contribuir com a formação do público em relação à linguagem cinematográfica.

A diretora geral do Amazônia FiDOC, Zienhe Castro, diz que a mostra é realizada com o intuito de incluir e estimular os jovens no uso da linguagem cinematográfica como ferramenta sociopolítica e sociocultural. “O Amazônia FiDOC tem esse compromisso há 14 anos, cujo foco é promover a democratização do acesso aos bens culturais, inclusão social e educação audiovisual para jovens e crianças. O Festival Curta Escolas foi construído em 2019 para contribuir com maior visibilidade, incentivar e valorizar a produção da nova geração de novos realizadores”, declarou.

Projeto Amazônia FiDOC | Imagem: Redes Sociais.

O arquipélago do Marajó foi cenário para duas das produções que estarão no festival e ambas surgiram em oficinas promovidas pelo próprio evento. No “Marajó em Luto”, são coletados relatos de moradores da região e de sobreviventes do naufrágio da lancha Dona Lourdes II – que causou a morte de 23 pessoas, em setembro deste ano -; os depoimentos refletem as dificuldades enfrentadas pelos marajoaras, além de mostrar paisagens e costumes da vida na região e o enfrentamento da morte em um luto coletivo. Já no curta “O Florescer do Pacoval”, é transmitida a história do grupo de carimbó “Tambores do Pacoval”, que se mistura com a própria história do bairro do Pacoval, no município de Soure.

Projeto Cine Clube TF | Imagem: Redes Sociais.

Foram incluídos no festival três projetos criados no Cine Clube TF, coletivo de transformação social do bairro da Terra Firme, em Belém. Os filmes “Cine Dance: o pulsar do corpo preto” e “Poame-se: amor, liberdade e poesia preta” trazem as histórias de jovens da periferia da capital paraense que se redescobriram e se reinventaram por meio da arte. Já o filme “O amor tem cheiro de pimenta e cominho” conta o relato de uma mulher que tenta reconstruir a vida de abusos e dores trazidas pela exploração sexual por meio da venda de temperos. O filme traz a proposta de que a vida de qualquer um pode ser um filme, intercalando o depoimento com o formato de animação e ficção na narrativa de uma história real.

Projeto Telas em Movimento | Imagem: Redes sociais.

Do projeto “Telas em Movimento”, iniciativa de democratização do acesso ao cinema nas periferias e comunidades tradicionais da Amazônia, três curtas participam do Festival e a relação com o território é o mote que une as três produções: “Terra Cabana”,  retrata a história, desafios e avanços do acampamento homônimo do Movimento Sem Terra (MST) em Benevides; “Cantídio – A Resistência do Maíca” traz o legado de luta de um personagem que representa em sua história e rotina a resistência do território quilombola, em Santarém; “Meu mangue, meu sangue” traz a narrativa da justiça climática, abordando a necessidade de preservação dos rios e mangues em formato híbrido entre documentário e ficção.

SERVIÇO

2ª Edição do Festival Curta Escolas

Mostra Competitiva Primeiro Olhar
Telas em Movimento
– Cantídio – A Resistência do Maíca (Santarém, PA)
– Terra Cabana (Vigia, PA)
– Meu mangue, meu sangue (MA)

Cine Clube TF
– Cine Dance: O pulsar do corpo preto (PA)
– O amor tem cheiro de pimenta e cominho (PA)
– PoAme-se: Amor, liberdade e poesia preta (PA)

Amazônia FiDoc
– Marajó em Luto (Salvaterra, PA)
– Florescer do Pacoval (Soure, PA)

Data: Última exibição em 17 de novembro
Hora: 9h às 12h
Local: Cine Líbero Luxardo – Fundação Cultural do Pará (Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré, Belém – PA)
Ingressos: Gratuitos
Mais informações: Site | Instagram