O resultado do primeiro contato cinematográfico de estudantes estará em exibição na 2ª Edição do Festival de Curtas das Escolas Públicas Estaduais do Pará, que é integrado ao Festival Pan-Amazônico de Cinema (Amazônia FiDOC). O intuito do projeto é levar as produções dos alunos até o Cine Líbero Luxardo através da Mostra Primeiro Olhar e a última exibição será nesta quinta-feira, 17 de novembro, às 9h, com entrada franca.
Além de produções feitas para o Festival Curta Escolas, vários projetos periféricos voltados aos moradores de áreas de risco da capital paraense estão sendo exibidos na Mostra Primeiro Olhar, como o “Cine Clube TF” e o “Telas em Movimento”. Os estudantes vencedores da mostra ganharão troféus e participarão de oficinas de audiovisual, oferecidas pelo Instituto Cultural da Amazônia e ZFilmes Produções.
O Festival Curta Escolas é iniciativa do Instituto Cultural da Amazônia e conta com a parceria/apoio institucional da Secretaria de Cultura do Estado do Pará e Instituto Márcio Tuma. Entre os objetivos, destaca-se a oportunidade de dar visibilidade à produção audiovisual dos estudantes da rede pública estadual de ensino do Pará e contribuir com a formação do público em relação à linguagem cinematográfica.
A diretora geral do Amazônia FiDOC, Zienhe Castro, diz que a mostra é realizada com o intuito de incluir e estimular os jovens no uso da linguagem cinematográfica como ferramenta sociopolítica e sociocultural. “O Amazônia FiDOC tem esse compromisso há 14 anos, cujo foco é promover a democratização do acesso aos bens culturais, inclusão social e educação audiovisual para jovens e crianças. O Festival Curta Escolas foi construído em 2019 para contribuir com maior visibilidade, incentivar e valorizar a produção da nova geração de novos realizadores”, declarou.
O arquipélago do Marajó foi cenário para duas das produções que estarão no festival e ambas surgiram em oficinas promovidas pelo próprio evento. No “Marajó em Luto”, são coletados relatos de moradores da região e de sobreviventes do naufrágio da lancha Dona Lourdes II – que causou a morte de 23 pessoas, em setembro deste ano -; os depoimentos refletem as dificuldades enfrentadas pelos marajoaras, além de mostrar paisagens e costumes da vida na região e o enfrentamento da morte em um luto coletivo. Já no curta “O Florescer do Pacoval”, é transmitida a história do grupo de carimbó “Tambores do Pacoval”, que se mistura com a própria história do bairro do Pacoval, no município de Soure.
Foram incluídos no festival três projetos criados no Cine Clube TF, coletivo de transformação social do bairro da Terra Firme, em Belém. Os filmes “Cine Dance: o pulsar do corpo preto” e “Poame-se: amor, liberdade e poesia preta” trazem as histórias de jovens da periferia da capital paraense que se redescobriram e se reinventaram por meio da arte. Já o filme “O amor tem cheiro de pimenta e cominho” conta o relato de uma mulher que tenta reconstruir a vida de abusos e dores trazidas pela exploração sexual por meio da venda de temperos. O filme traz a proposta de que a vida de qualquer um pode ser um filme, intercalando o depoimento com o formato de animação e ficção na narrativa de uma história real.
Do projeto “Telas em Movimento”, iniciativa de democratização do acesso ao cinema nas periferias e comunidades tradicionais da Amazônia, três curtas participam do Festival e a relação com o território é o mote que une as três produções: “Terra Cabana”, retrata a história, desafios e avanços do acampamento homônimo do Movimento Sem Terra (MST) em Benevides; “Cantídio – A Resistência do Maíca” traz o legado de luta de um personagem que representa em sua história e rotina a resistência do território quilombola, em Santarém; “Meu mangue, meu sangue” traz a narrativa da justiça climática, abordando a necessidade de preservação dos rios e mangues em formato híbrido entre documentário e ficção.
SERVIÇO
2ª Edição do Festival Curta Escolas
Mostra Competitiva Primeiro Olhar
Telas em Movimento
– Cantídio – A Resistência do Maíca (Santarém, PA)
– Terra Cabana (Vigia, PA)
– Meu mangue, meu sangue (MA)
Cine Clube TF
– Cine Dance: O pulsar do corpo preto (PA)
– O amor tem cheiro de pimenta e cominho (PA)
– PoAme-se: Amor, liberdade e poesia preta (PA)
Amazônia FiDoc
– Marajó em Luto (Salvaterra, PA)
– Florescer do Pacoval (Soure, PA)
Data: Última exibição em 17 de novembro
Hora: 9h às 12h
Local: Cine Líbero Luxardo – Fundação Cultural do Pará (Av. Gentil Bittencourt, 650 – Nazaré, Belém – PA)
Ingressos: Gratuitos
Mais informações: Site | Instagram