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Pará tem 164 casos de doenças de Chagas em 2022; Sespa planeja ações junto a municípios

De janeiro a outubro deste ano o Pará registrou 164 casos de doença de Chagas. No mesmo período do ano passado, foram diagnosticados 218 casos da doença. 

No Brasil, principalmente nos estados da Amazônia, o consumo de açaí processado artesanalmente, sem tratamento térmico, tem sido relacionado a casos de doença de Chagas, pela contaminação dos frutos pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido pelo inseto conhecido como “barbeiro”. 

A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) está realizando nesta quinta e sexta-feira (17 e 18), o “Encontro dos representantes Regionais de saúde sobre doença de Chagas: Oficina de epidemiologia e estratégias para seguimento dos pacientes com doença de Chagas”.

O evento conta com a participação de técnicos de todos os 13 Centros Regionais de Saúde, 17 municípios prioritários para doença de Chagas além de representantes da FIOCRUZ, Instituto Evandro Chagas e Organização Mundial da Saúde (OMS).

Representantes de municípios paraenses em encontro na Sespa. Foto: José Pantoja/ Agência Pará

Adriana Tapajós, diretora do departamento de Endemias da Sespa, explica que o encontro é voltado para técnicos das regionais de saúde e dos municípios que são considerados prioritários para a doença de Chagas.

“Quando há um aumento no número de casos, é um alerta pra gente, mas são casos que estamos conseguindo identificar, isso mostra que a nossa rede de vigilância está fortalecida e integrada, garantindo a assistência desses pacientes. E a Sespa segue acompanhando junto aos municípios que estão tendo casos de Chagas”.

PLANEJAMENTO

O principal objetivo do encontro é fazer o planejamento de ações para 2023 para que, de forma integrada, todos os municípios possam alcançar a população e conseguir ofertar a melhor forma de atendimento nos serviços de saúde. 

Segundo o médico Pedro Albajar, responsável pelo controle de doenças de Chagas da Organização Mundial de Saúde, avalia que a Amazônia é o lugar do mundo que mais realiza ações para prevenir a doença. “É um privilégio estar aqui, poder estar na região que tem mais casos, mas a é região do mundo que está tendo mais ações de implementação de estratégias de prevenção. Queremos até 2030 diminuir o número de casos de doença de Chagas em toda a Amazônia.”

Para Eder Monteiro, coordenador Estadual de Doença de Chagas da Sespa, o combate e a prevenção da doença de Chagas têm que ser pensados de forma estratégica para cada região. 

“Estamos pensando desde a educação da população que consome e que trabalha com o açaí, que é uma dos frutos que causa a contaminação da doença de Chagas, até a orientação dos profissionais da agricultura e comércio que também trabalham com a questão preventiva”, esclarece o coordenador. 

A população também tem papel fundamental na luta contra a doença de Chagas. “A população representa os nossos olhos dentro do município, por isso, todos precisam saber o que é a doença e como se previne. A população pode fiscalizar os pontos que não estão de acordo com os protocolos e deve notificar as Secretarias de Saúde dos munícipios”, alerta Éder.

A população também tem papel fundamental na luta contra a doença de Chagas. “A população representa os nossos olhos dentro do município, por isso, todos precisam saber o que é a doença e como se previne. A população pode fiscalizar os pontos que não estão de acordo com os protocolos e deve notificar as Secretarias de Saúde dos munícipios”, alerta Éder.

DOENÇA E TRATAMENTO

A doença de Chagas tem duas fases, a aguda e a crônica, os principais sintomas são: febre persistente de mais de sete dias, inchaço generalizado, falta de ar, sensação de palpitação no coração e cansaço. Se você ou alguém que você conheça apresentar esses sintomas, deve procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível. 

O tratamento para a doença de Chagas se concentra no uso de medicamentos que matam o parasita e no controle dos sintomas.