A Polícia Civil do Pará prendeu nesta sexta-feira, 9, durante a 6ª fase da operação “Exposed”, deflagrada pela Divisão de Combate a Crimes Contra Grupos Vulneráveis Praticados Por Meios Cibernéticos (DCCV) da PC para investigar crimes contra a dignidade de mulheres praticados pela internet. A prisão ocorreu no bairro do Jurunas, em Belém. Três vítimas já haviam denunciado o suspeito na Delegacia da Mulher.
A PRISÃO
As equipes saíram às ruas para dar cumprimento a mandados de prisão preventiva e busca e apreensão expedidos contra um homem investigado pela divulgação não consentida de um vídeo íntimo, através de uma rede social, com a vítima. As investigações apontaram ainda que o suspeito possuía histórico por já ter divulgado vídeos íntimos e ameaçado outras mulheres com quem teve relacionamento.
De acordo com a delegada Lua Figueiredo, titular da DCCV, o trabalho investigativo conseguiu reunir elementos suficientes contra o suspeito para que fosse representado pelos mandados cumpridos hoje. Ela informou ainda que, durante a ação, foram apreendidos dois aparelhos celulares do suspeito. “O material apreendido será periciado para que a gente possa esclarecer todas as circunstâncias do crime e identificar se houve a prática de outros crimes contra a vítima”, informou.
COMO ELE AGIA?
O BT conversou com o pai de uma das vítimas, que contou como ele agia. “Minha filha conheceu esse cara em uma festa. Ela tinha brigado com o namorado. Ele dopou ela, colocou droga na bebida, LSD, e com ela totalmente sem consciência, ele abusou dela sexualmente, gravou, publicou no instagram e ainda marcou ela. Com isso, ele começou a extorquir minha filha, com chantagens e pedindo dinheiro”, contou.
Pressionada, com as imagens e a intimidade exposta, uma das vítimas, de 23 anos, tirou sua própria vida. “Minha filha se viu encurralada por esse cara. Sem saída, ela se jogou do prédio da mãe dela. Era uma menina cheia de sonhos, estudava, era fotógrafa. É uma crueldade sem tamanho o que ele fez, a minha filha morreu por causa dele. Tive que ficar um mês sem poder falar para não atrapalhar as investigações”, afirmou.
Enfrentando um momento familiar muito difícil, o empresário, disse como se sente vendo o suspeito sendo preso. “É a justiça sendo, essa é a sensação. Alívio também, de ver que esse cara não vai mais fazer isso com nenhuma outra mulher. Ele achava que ia ficar impune, mas agora ele tá preso”, finalizou.
DENÚNCIA
Denúncias de casos similares podem ser feitas pelo disque denúncia 181, ou presencialmente, em qualquer unidade policial ou na sede da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos, que fica localizada na Avenida Pedro Miranda, 2.288, bairro da Pedreira, em Belém.