/////

Governo alerta sobre arboviroses no “inverno paraense”

Em dezembro a região amazônica tem um aumento das chuvas, período conhecido como “inverno amazônico” e, neste fim de ano, o Governo do Estado chama a atenção da população sobre as medidas de proteção que devem ser adotadas para prevenir doenças respiratórias. Em especial, o alerta é feito para as arboviroses, que são quadros causados por mosquitos, que se proliferam em maior número nesse período, além de doenças relacionadas ao alto volume de chuvas.

A infectologista do Hospital Ophir Loyola, Ilce Menezes, destaca que, além das viroses em geral, a leptospirose e a hepatite também chamam atenção.

“Essas doenças se propagam mais em períodos chuvosos por conta de alagamentos, quando as pessoas podem entrar em contato com água de esgoto, além do acúmulo de água em locais inadequados, a exemplo de vasos e pneus, que possibilitam a proliferação de mosquitos transmissores de vírus como a dengue, zika e chikungunya”, explica.

Sobre os vírus que causam infecções de vias aéreas superiores (como a Influenza e a COVID), a médica afirma que o aumento de casos se dá porque as pessoas acabam se aglomerando com os eventos de fim de ano em locais geralmente fechados por conta das chuvas, o que aumenta a transmissibilidade.

Segundo a titular da Coordenação Estadual de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), Aline Carneiro, o governo estadual reforçou, em outubro, as orientações em municípios e proparou planos de contingência par ao aumento de casos dessas infecções.

“Os planos de contingência são a preparação para o período epidêmico, que vai de novembro de um ano até junho do ano seguinte e envolve previsão de controle de casos, além de assistência, educação e orientações. Foi enviado o modelo norteador para os municípios e também promovemos a criação das Salas de Situação para as arboviroses regionais e municipais com reuniões periódicas”, informa Aline, que reforça que papel estadual é capacitar, apoiar e supervisionar a população, além da distribuição de inseticida, enquanto a execução das atividades é municipal.

Segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), o Brasil registrou 1.378.505 casos de dengue de 1º de janeiro a 12 de novembro deste ano, o que representa um aumento de 180,5% no comparativo com o mesmo intervalo de 2021. O Pará apresentou uma elevação de 58,9% nas ocorrências nesse período, com mais de 6 mil casos de dengue, 340 de Chikungunya e 92 de Zica.