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Adolescente de 12 anos flagrada perdida em Icoaraci foi liberada de Abrigo Dulce Aciolli

Uma adolescente de 12 anos foi fotografada andando por Icoaraci, desorientada e as imagens foram postadas nas redes sociais. Rapidamente a cena da menina “perambulando” dentro de um estabelecimento comercial, aparentemente atrás de comida, foi compartilhada por centenas de pessoas. Através dos comentários na postagem, o BT conseguiu ouvir testemunhas e desvendar a triste história da menina, que envolve o abrigo Dulce Aciolli e decisão da Vara da Infância e Juventude de Icoaraci de reintegrar a menina à família. 

A criança foi vista andando perdida por Icoaraci. Foto: Reprodução.

P.V.S.S tem transtorno mental e vive num lar desestruturado. Segundo as denúncias anônimas que recebemos e os comentários nas postagens, a mãe também sofre de algum tipo de transtorno e o pai é usuário de álcool. As denúncias ainda afirmam que a adolescente já esteve acolhida pelo sistema de assistência social do município outras vezes, e no último acolhimento, no abrigo Dulce Aciolli, permaneceu no abrigo até audiência com a presença do juizado, onde houve a determinação de reintegração da menina à família.

O assunto foi amplamente debatido nos comentários na postagem, que, muitas vezes, questionavam o motivo da criança ter saído do abrigo. Esta internauta afirma que a criança sofre constantes abusos por parte de homens nas ruas. “Os avós dela moram do lado da casa do meu pai, […] é a menina que sofre, vive sofrendo abusos por aí, de homens mais velhos”, diz.

Foto: Reprodução.

Uma outra internauta afirma ter visto a criança no Hospital Abelardo Santos, acompanhada de uma mulher que, supostamente, seria a mãe. “Ela estava dessa forma, andando por todo o hospital, ela me pediu água”, narrou.

Foto: Reprodução.

Em outro comentário, uma mulher afirma que viu a criança, novamente acompanhada por uma mulher que, supostamente, seria a mãe, em uma UPA. “Ela corria pelo corredor do hospital e entrava nos quartos dos pacientes, com o braço machucado, se recusando a receber atendimento”, conta.

Foto: Reprodução.

Um internauta utilizou os comentários para afirmar já ter acionado o Conselho Tutelar há, aproximadamente, um mês. Segundo ele, a criança chegou a ser acolhida. “Eu já acionei o Conselho Tutelar há um mês, eles acolheram ela. Não sei porque ela já tá na rua de novo”, lamentou.

Foto: Reprodução.

Ainda nos comentários, uma mulher questiona se a criança é aluna da Unidade Técnica de Ensino Especial de Icoaraci (UTEES) e recebe uma resposta positiva de outro internauta. “Vou informar a direção, pois está sendo acompanhada pelo abrigo e caso saibam disso será tomada dos pais”, afirma.

Foto: Reprodução.

Em seguida, o mesmo internauta diz: “O abrigo tomou ela dos pais por passar por situações assim e voltou esse mês a guarda para os pais que serão avaliados em 60 dias. Caso aconteça algo do tipo, ela será tomada dos pais”, disse.

Foto: Reprodução.

Em outro comentário, uma internauta opina que a criança não deveria ter saído do abrigo. “Não entendo muito disso, mas acho que não deveriam ter entregado ela, os pais não têm condições financeiras e psicológicas para cuidar dos filhos, infelizmente essa é a realidade. Essa criança desde os cinco anos vive nessa situação”, lamentou.

Foto: Reprodução.

Uma outra internauta afirmou, também nos comentários da postagem, que a criança foi acolhida no Espaço de Acolhimento. “Não foi o Conselho que entregou a criança novamente para a família e sim o Espaço”, afirmou.

Foto: Reprodução.

Em contato com o BT, uma testemunha que não quis ser identificada reafirmou os problemas que a criança enfrenta em casa. “A mãe tem problemas mentais e o pai é alcoólatra e, por isso, a menina passa por situações de risco. inclusive já houve denúncia de abuso sexual”, contou.

Ainda de acordo com a testemunha, a guarda da criança chegou a ser tomada dos pais. “Foi tomada a guarda e ela foi encaminhada para um abrigo. Como a mesma sente falta dos familiares, ela foi devolvida para ser avaliada em 60 dias e, caso acontecesse algo, o abrigo tomaria a guarda novamente”, relatou.

Os abrigos são responsáveis por zelar pela integridade física e emocional de crianças e adolescentes que tiveram seus direitos  violados, por abandono social, ou que foram expostos pela negligência de seus responsáveis. Abrigo é uma medida de proteção especial prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA.

O BT entrou em contato com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa) para saber o motivo da decisão de reintegrar a criança à família mesmo com tantos riscos. Até o momento da postagem desta matéria não tivemos retorno, mas o espaço segue aberto.