O cartório Moura Palha teve seu nome usado por estelionatários para roubar vítimas em Belém. Na ação, os criminosos informam dados corretos ao devedor, os quais são obtidos dos editais de protesto para cobrar títulos em cartórios, e, na sequência informam em qual cartório o título está protestado. O golpe é feito por meio de mídias digitais, cartas protocoladas e telefones, informando que existem títulos protestados e orientam que seja feito pagamento por meio de depósito bancário ou PIX. O devedor recebe a ameaça de que, caso o pagamento não seja feito, o suposto protesto será efetivado.
O titular do 2º Tabelionato de Protesto de Títulos de Belém, Armando Moura Palha, comentou a situação envolvendo o nome do órgão judicial e a atuação crescente dessas quadrilhas especializadas em extorsão de clientes que se utilizam do nome do cartório. Palha explica como proceder nessa situação:
“Nossas notificações são feitas de acordo com os termos da lei. Nesse sentido sugerimos que caso recebam notícias de cobrança, via telefonemas, WhatsApp, Facebook, LinkedIn ou outros, entrem em contato imediatamente com o Tabelionato, anotando ou salvando, caso seja possível, nomes, número de telefones de contato, de contas bancárias ou quaisquer outros meios disponibilizados pelos fraudadores e procurem o quanto antes a delegacia mais próxima para fazer o B.O. (boletim de ocorrência), de preferência a especializada em crimes cibernéticos. Nesse sentido colaborarão com as autoridades para a devida investigação” explica Moura Palha.
A situação não é uma novidade, inclusive cartórios de protesto do Pará fizeram uma ampla campanha alertando para esse tipo de golpe em 2016. Com a pandemia, as formas de transações digitais de todos os tipos cresceram e, com isso, a quantidade de golpes deste vem ganhando força entre os estelionatários no Brasil. Do primeiro ao segundo semestre de 2022, um único cartório de Belém registrou um aumento de 50% de casos envolvendo esse golpe. No entanto, a taxa pode ser bem maior, já que esse número contabiliza apenas pessoas que relataram o crime no estabelecimento e foram instruídas a fazer o boletim de ocorrência.
Segundo dados da Surfshark, empresa de privacidade e segurança virtual, 24,2 milhões de brasileiros tiveram seus dados expostos nas redes on-lines e o Brasil chegou à 6ª posição na lista de países com mais vazamentos de dados por conta de ataques de cibercriminosos ou falhas em sistemas.