//////

MPF suspeita de agentes públicos em ‘complexa organização’ de grileiros em Terra Indígena, no Pará

Polícia Federal realizou apreensões na sede da Funai, o que levanta a suspeita de participação de agentes públicos em esquema criminoso em Terra Indígena.

Overflown by the state of Pará in 2019, it records illegal mining, illegal logging, disastrous burning, gigantic cattle fields and so on. With these images we can prove that the advance of the destruction of the Amazon only increases. Sobrevoo pelo estado do Pará em 2019, registra garimpos ilegais, extrativisto de madeira ilegal, queimadas desastrozas, campos gigantescos para gado e etc. Com essas imagens podemos provar que o avanço da destruição da Amazônia apenas aumenta.

Segundo Gilberto Naves, procurador do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA), as investigações, em parceria com a Polícia Federal, que realizou ações de busca e apreensão na sede da Fundação Nacional do índio (Funai), em Brasília, pode-se esclarecer o quebra-cabeça por trás de uma organização complexa. De acordo com a investigação dos órgãos, que subsidia a atuação de grileiros em uma Terra Indígena Ituna-Itatá, na região dos municípios de Altamira e Senador José Porfírio, no Pará.

Sobrevoo pelo estado do Pará em 2019, registra garimpos ilegais, extrativisto de madeira ilegal, queimadas desastrozas, campos gigantescos para gado e etc. Com essas imagens podemos provar que o avanço da destruição da Amazônia apenas aumenta. Imagem: Reprodução Greenpeace.

“É possível que a investigação aponte para o alto escalão do serviço público (a atuação de agentes públicos na organização), aí teríamos que adotar as providências adequadas para respeito de foro. É algo não descartado, mas que necessita de mais apuração. A expectativa é que o material apreendido permita aprofundar isso”, disse Naves.

A investigação, que pode revelar um grave esquema de corrupção de agentes do funcionalismo público, corre em segredo de Justiça. Os trabalhos de busca e apreensão da PF ocorreram no último dia 14, cumprindo 16 mandados de busca e apreensão e prendeu uma pessoa em flagrante. Em razão do sigilo, a investigação ainda não pode reveler nomes de suspeitos envolvidos.

Os policiais federais também estiveram na Cigiirc (Coordenação Geral de Indios Isolados e Recém-Contatados), em Brasília, onde existem mais alvos da PF. Foram apreendidos documentos, computadores, celulares e pen drives. O material será analisado pela PF, para reforçar a investigação na busca de provas de crimes.

Procurada, a Funai afirma que não comenta investigações em curso e que está à disposição para colaborar com o trabalho das autoridades policiais. “A Fundação também reitera que tem sua atuação pautada na legalidade, segurança jurídica e promoção da autonomia dos indígenas”, diz nota.

Registro garimpos ilegais, extrativisto de madeira ilegal, queimadas desastrozas, campos gigantescos para gado e etc. Com essas imagens podemos provar que o avanço da destruição da Amazônia apenas aumenta.

CONTEXTO

Na Funai, o território possui registro de indígenas isolados, e durante a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro, houve o retardo ou dificuldade de emissão de portarias de uso, documento importante para garantir a não invasão e proteção da área enquanto não acontecer a demarcação de terra.

Essa emissão de uso da Terra Ituna-Itatá venceu e somente foi renovada por força de decisão judicial, em junho de 2022. A validade para a restrição de uso é de três anos.

“Observamos o flagrante de descumprimento da decisão judicial da restrição de uso”, afirmou o procurador Naves.

Terra Indígena Ituna-Itata, no Pará. Organização complexa é investigada por PF e MPF. Imagem: Reprodução.

Para o procurador, a destruição do ecossistema existente na TI é grave, mas pode ser reverssível. Desde 2011 o local é protegido. Naves afirma que a destruição do meio ambiente era mínima, mas se agravou a partir de 2016 e se acentou a partir de 2018.

“A Terra Indígena foi toda dividida em Cadastros Ambientais Rurais (CARs) com a chegada de um grupo do Tocantins, formado por antropólogos e agrimensores.”, revelou o procurador.

Segundo Naves, a estratégia do gurpo é dividir a terra e doar para pessoas de baixa renda de modo que justifique a ocupação do território. O grupo já desmatou 32 mil hectares, segundo o procurador.

“Percebemos no local grandes fazendas com criação de bovinos, boa infraestrutura com estradas, vilas e maquinário pesado e a existência de um forte fluxo financeiro ali dentro (da Terra Ituna-Itata). Essa (organização) é de atuação nacional. Nosso trabalho é descobrir como ela se articula desmatando tantas terras em rápido espaço de tempo e por tanto tempo de ocupação”, contou Naves.

*Com informações de O Globo e Folha de São Paulo.