Nesta segunda-feira, 26, dois dias depois da explosão em um dos depósitos do centro de distribuição do Grupo Líder, os moradores da rua 15 de novembro, no Tapanã, na Avenida Augusto Montenegro, em Belém, realizaram um ato para cobrar providências por parte da empresa para amparar os prejuízos e perdas ocasionadas em função do acidente.
Kamila Dantas, moradora do bairro há oito anos, contou ao BT como está o cenário de recuperação na comunidade. “Essa explosão gerou um barulho muito grande, teve muita casa danificada.14 casas foram interditadas pelas equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Minha cunhada cortou o pé. Com o tumulto que teve muita gente teve a casa saquedada. Minha vizinha perdeu as panelas dela. Teve gente que perdeu botijão de gás, televisão, ventilador. O muro de outra vizinha pode cair. Os bombeiros condenaram a casa dela. Fora que ainda tem gente passando mal pela fumaça”.
Como a realidade ainda é de problemas e não de soluções, a comunidade se reuniu na tarde desta segunda e cobrou um posicionamento da empresa a respeito dos prejuízos e danos oriundos em decorrência da explosão.
Um advogado representante do grupo Líder recebeu as reivindicações dos moradores e disse haverá uma reunião hoje, 26, para definir a postura a ser adotada para reparar os estragos que as residências e seus proprietários tiveram, bem como, dar um retorno na terça-feira, 27, sobre as providências que serão tomadas. Um representante da Defesa Civil e da segurança do trabalho acompanharam o diálogo dos moradores com o representante da empresa.
VISITA TÉCNICA
Nove imóveis localizados na rua paralela ao local do sinistro passaram por vistorias técnicas realizadas pela Defesa Civil, que prevê a entrega do relatório do serviço para a próxima terça-feira, 27. No momento, o que pode ser adiantado é que nenhum deles teve sua estrutura abalada pelo fogo. Alguns, porém, tiveram danos em telhas e utensílios domésticos.
O documento será entregue aos proprietários dos imóveis. Entre eles, a dona de casa, Izaltina Pimentel, de 43 anos. “Fiquei com medo do fogo atingir minha casa e coloquei pra fora tudo que consegui carregar. Algumas telhas foram perdidas, mas graças a Deus, ninguém ficou ferido”.
Ela e a família não estavam em casa no momento que o fogo começou, mas ao ser avisada do risco, retornou para o local acompanhada do marido e de seus quatro filhos.
A Prefeitura de Belém acompanha desde as primeiras horas de domingo, 25, o trabalho de contenção de incêndio iniciado na noite do dia 24, no imóvel comercial localizado na avenida Augusto Montenegro.
Na manhã do dia 25, o corpo de engenharia da Defesa Civil de Belém esteve no local e orientou o representante da empresa a fazer o isolamento da área para minimizar riscos. Contudo, a vistoria técnica no imóvel não pode ser realizada, uma vez que a área ainda não foi liberada pelo Corpo de Bombeiros, responsável pela extinção das chamas e emissão de laudo que deve indicar a causa do sinistro.
Caso algum imóvel apresente abalos em decorrência do incêndio, o proprietário poderá solicitar vistoria da Defesa Civil de Belém por meio do site do órgão ou presencialmente. O endereço é na avenida Pedro Miranda s/n, no 1° andar do prédio da Aldeia Cabana e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. A Defesa Civil de Belém realiza a vistoria técnica em imóveis, porém não executa obras nem concede benefícios.
O BT entrou em contato com o Grupo Líder para saber sobre as providências que serão tomadas. Em resposta, a empresa disse que aguarda a entrega dos laudos técnicos do Corpo de Bombeiros sobre a causa do acidente e sobre os prejuízos causados à comunidade.
Já o Corpo de Bombeiros disse ao BT que atuaram no controle das chamas e do resfriamento do entrono com 49 bombeiros em 13 viaturas.
CONFIRA NOTA NA ÍNTEGRA:
“Trabalharam no combate às chamas 49 Bombeiros, em 13 viaturas. Foi feito ainda o resfriamento das residências do entorno. Na manhã deste domingo (25) está sendo realizado o rescaldo, onde as guarnições reviram os entulhos para extinguir pontos de calor e evitar a reignição das chamas. O trabalho de perícia têm trinta dias para concluir a investigação que apontará as causas do incêndio. A Defesa civil fará o levantamento para dar apoio às famílias da vizinhança. O Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Estado informam que permanecem com suas equipes no local fazendo rescaldo. Como a área queimada é extensa, há pontos que ameaçam novo incêndio e o serviço é de progressão gradual, observando a segurança em pontos onde a estrutura foi fragilizada. A corporação esclarece, ainda, que é normal a produção de fumaça devido à queima incompleta dos materiais, principalmente os derivados de petróleo. O incêndio foi controlado e não há feridos, e sim danos materiais”.
