A paraense de Belém, Juliana Nunes do Nascimento, 31 anos, e o noivo, Igor Antônio dos Santos Cabral, de 26, seguem presos no Líbano, país do Oriente Médio. Eles estão no país desde o dia 19 de dezembro, por suspeita de terem tentado entrar no país com 1hg de cocaína no estômago.
A informação foi divulgada pelo Jornal do Líbano, site voltado para a comunidade libanesa-brasileira, na última quarta-feira, dia 4. Eles foram detidos no Aeroporto Internacional de Beirute Rafic Hariri. Se condenados, eles podem ficar presos por oito anos. Igor é natural de Carazinho, no Rio Grande do Sul.
Segundo familiares, por meio de uma ligação, eles foram informados pelo corpo diplomático brasileiro em Beirute, que o casal foi preso sob investigação de tráfico de drogas internacional. Segundo informações das autoridades libanesas, ambos transportavam aproximadamente meio quilo de droga no estômago e em razão do grande risco de morte, os suspeitos foram conduzidos para que pudessem expelir o entorpecente com segurança.
Não foi informado se os suspeitos levaram a droga do Brasil, ou receberam o material ilícito no Catar. Os suspeitos teriam confessado que ingeriram as drogas, segundo o site. Mas, até o momento, não informaram quem enviou e nem o destino que o entorpecente teria em Beirute.
O Líbano não possui acordo de extradição com o Brasil. Com isso, uma eventual condenação seria cumprida em território libanês, e não no Brasil. A pena é variável, a depender das circunstâncias do crime, podendo chegar a oito anos de prisão.
O Itamaraty informou que, “por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, tem conhecimento do caso e presta a assistência cabível aos nacionais brasileiros, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”. No entanto, não pode fornecer detalhes sem autorização dos envolvidos, por direito à privacidade e dispositivos legais. O casal ainda não conseguiu fazer contato telefônico com os familiares no Brasil.
ELES SERÃO EXTRADITADOS?
Dificilmente os brasileiros serão extraditados para o país de origem. Como dito anteriormente, o Líbano não tem tratado de extradição com o Brasil. Mas o Brasil pode tentar através de pedidos diplomáticos.
Os dois países assinaram um acordo de extradição em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso. O texto foi ratificado no Brasil, mas segundo o governo brasileiro, o Líbano ainda não aprovou. A legislação penal libanesa impede que seja concedida a extradição a não ser para países que tenham o tratado, o que não é o caso do Brasil.
RELACIONAMENTO
O casal estava junto há pouco mais de um ano. Apesar de ela ter abandonado o trabalho na boate, segundo os familiares de Cabral, o relacionamento entre os dois não era aceito pelos familiares do músico.
A VIAGEM
Igor e Juliana partiram de Carazinho, no norte do Rio Grande do Sul, rumo a São Paulo, em 13 de dezembro. Eles teriam dito a familiares que iriam fazer compras na capital paulista, e mantiveram contato com a família até 18 de dezembro, data da última mensagem.
Familiares também afirmaram, que antes da viagem, Juliana fez inúmeras dívidas no comércio local em nome do Cabral. Ela teria comprado roupas, sapatos, entre outros objetos. Nada foi pago.
A polícia identificou que o último acesso que Cabral teve ao telefone foi em Guarulhos, no dia do embarque para o Líbano. Juliana teria acessado o telefone em Doha, por meio da internet gratuita disponibilizada no aeroporto.
DISCORDÂNCIAS
Familiares do músico acreditam que Juliana seria a mentora de tudo. “Meu filho nunca viajou. Nós nem sabíamos que ele tinha passaporte. Nas horas vagas ele era músico, mas no Brasil, o meu filho tinha carteira registrada. Somos humildes. Vivemos em cidade pequena. Não viajamos. Não temos nenhuma relação com o Líbano. Eu nem sei em que lugar fica o país. A Juliana enganou o meu filho e destruiu a nossa família,” lamenta Claudete dos Santos.
Em desespero pela fala de notícias do filho, familiares teriam gravado vídeos e pedindo ajuda nas redes sociais, acreditando que o casal estava desaparecido. Por outro lado, os familiares de Juliana em Belém, acreditavam que ela estava desaparecida.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul trabalhava com a ideia de que os dois estavam desaparecidos. Agora, como eles estão presos em outro país, a investigação está praticamente encerrada, de acordo com a PC do RS.
*Com informações de Portal Líbano e Portal Metrópoles.