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Moraes determina prisão de Anderson Torres e do ex-comandante da PM do Distrito Federal, Augusto Vieira

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou hoje (10) a prisão do ex-ministro da justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres. Torres está em viagem de férias nos Estados Unidos desde o dia 7 de janeiro, véspera dos ataques terroristas às Sedes dos Três Poderes. O ex-ministros viajou cinco dias depois de assumir o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Anderson Torres. Foto: Reprodução

O retorno de Torres ao Brasil estava previsto para o fim do mês. A Polícia Federal deve cumprir a prisão no momento da sua chegada ao Brasil. No domingo, 8, ele foi exonerado pelo, agora afastado, governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

O pedido de prisão foi dado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, que pediu a detenção em flagrante de Torres e de outros agentes públicos que tiveram participação ou se omitiram das responsabilidades durante a invasão dos prédios dos Três Poderes. O pedido cita a violação ao Estado Democrático de Direito como base para solicitar a prisão.

Na segunda-feira (9), o interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, afirmou que a manifestação golpista promovida por militantes bolsonaristas foi possível por causa da “operação de sabotagem” nas forças de segurança locais, comandadas por Torres.

O ministro da justiça, Flávio Dino, também afirma que o efetivo da PM na Esplanada no dia dos ataques era menor do que o necessário para conter os golpistas. 

“Havia um efetivo planejado e um efetivo real, em um certo momento esse efetivo era 3 ou 4 vezes menor que o planejado. Por que aconteceu isso? Realmente a cadeia de comando da polícia do DF que vai responder”, disse Dino.

A PF cumpriu ainda um mandado de busca e apreensão na casa de Anderson Torres.

OUTRA PRISÃO

Alexandre de Moraes ordenou também a prisão de Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal. O militar era o responsável pelo comando da corporação durante os atos terroristas do último domingo (8). Vieira foi substituído na noite desta segunda-feira pelo interventor federal Ricardo Cappelli, que anunciou o também coronel Klepter Rosa como comandante interino.

Fábio Augusto Vieira. Foto: Reprodução

Flávio Dino afirmou, mais cedo, que mais de 50 novas prisões de pessoas envolvidas nos atos terroristas de Brasília serão efetuadas. No domingo, mais de 200 pessoas foram presas em flagrante, Na segunda (9), a Polícia Federal deteve 1.200 bolsonaristas que estavam no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército.

Dino informou que a Polícia Federal vai pedir mais prisões temporárias ou preventivas de pessoas ligadas aos atos.

Flávio Dino, ministro da Justiça. Foto: Reprodução

“Hoje a Polícia Federal deve pedir mais algumas dezenas, em torno de 50 pedidos de prisão temporária, prisão preventiva, para que nós tenhamos a resposta adequada”, afirmou o ministro em entrevista à GloboNews.

Ele informou que as prisões não serão somente dos autores dos atos de vandalismo, mas também dos autores e financiadores. 

“Nós temos as duas situações. Pedidos de prisão que vão se referir a pessoas que estavam presentes destruindo o plenário da Câmara, Senado, Supremo e que não foram presas em flagrante. E temos pedidos relativos a pessoas que não vieram a Brasília, mas participaram do itinerário criminoso. Organizadores, financiadores que já identificamos e que vão levar a pedidos de prisão, busca e apreensão”, explicou.