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União Europeia fará doação para ajudar em crise humanitária Yanomami; confira

A União Europeia (UE) fará uma doação financeira para o povo Yanomami, que está em estado de crise sanitária, no estado de Roraima. Segundo o vice-presidente executivo da comissão europeia e líder das negociações climáticas da UE, Frans Timmermans, o valor será doado para investimentos em ajuda médica e nutrição para os indígenas.

Frans, que cumpre agenda no Brasil, disse durante entrevista que o valor da doação será de 500 a 700 mil euros, cerca de R$ 4,2 milhões na cotação atual do Real. O departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO) vai se responsabilizar pelo repasse da quantia. 

Timmermans chegou neste domingo, 22, ao Brasil e teve reuniões ao longo da segunda-feira, 23, com o vice-presidente Geraldo Alckmin; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Frans também comentou o motivo da ajuda humanitária: “A União Europeia realmente quer fazer parte em levar infraestrutura para essas pessoas. Precisamos criar um futuro para elas, precisamos lutar contra o fato de elas estarem desesperadas nessa situação”, “Também precisamos do conhecimento e expertise para levar coisas que elas querem e precisam, porque as pessoas Yanomami têm demandas diferentes de outros povos indígenas no Brasil”, afirmou Timmermans.

SITUAÇÃO YANOMAMI

Os indígenas que fazem parte da comunidade Yanomami, em Roraima, enfrentam uma grave crise sanitária. Ao todo 570 crianças morreram vítimas de desnutrição nos quatro anos de governo Bolsonaro.

Crianças Yanomami em quadro de desnutrição. Imagem: Reprodução

A região abandonada foi tomada por mais de 20 mil garimpeiros durante o antigo governo, segundo o presidente do conselho distrital de saúde indígena Yanomami e Ye`kwana, Júnior Hekurari Yanomami, a previsão de recuperação para os danos ambientais causados às Terras Indígenas (TIs) será longo: “A floresta e os rios não vão se recuperar rapidamente do impacto. Esses danos aos rios e às comunidades e a destruição da floresta vão demorar muito para recuperar. Estamos falando de 50 a 100 anos para termos esse controle de novo”, disse o líder indígena.