O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta segunda-feira, 30, à Procuradoria Geral da República (PGR) que fosse feita uma investigação sobre as falas do governador de Roraima, Antonio Denarium, sobre a crise enfrentada pelo povo Yanomami.
Durante entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o governador afirmou que a crise Yanomami não é exclusiva do estado e afirmou que os indígenas devem se “aculturar”: “Eles (indígenas) não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”, disse Antonio.
Segundo o MPF, a declaração resultou em um inquérito para apurar a responsabilidade do governador pelas falas discriminatórias e ele pode ser responsabilizado nas esferas cível e criminal.
Segundo o pedido oficial do órgão, as declarações discriminatórias menosprezam a cultura e modo de vida tradicional dos povos Yanomami: “Além de ofender a imagem coletiva dos Yanomami, rotulando-os como ‘bichos’, [as falas] expressam opinião depreciativa que implica, ao que parece, a conclusão de que os povos indígenas não podem viver seu modo de vida tradicional”, diz um trecho do documento.
Denarium vai ser investigado na esfera cível no MPF em Roraima e caso haja o entendimento que ele cometeu o crime, cabe à PGR investigá-lo. As declarações do governador chegam após uma série de levantamento e provas de negligência nos últimos quatro anos de governo.
Com informações da Folha de São Paulo e Veja*
