Após a resposta do colégio Madre Celeste à denúncia do BT sobre a implementação do ensino militar na unidade da Marambaia sem o consentimento nem aviso prévio aos pais dos estudantes, novas informações chegaram à nossa equipe na noite de sexta-feira, 3.
A assessoria ligada à diretora-geral da instituição afirmou que pais e alunos teriam sido informados da mudança em uma reunião, porém estudantes do Madre Celeste negam a versão. Segundo um deles, que estaria no 3º Ano do Ensino Médio, nem os pais e nem os estudantes foram consultados sobre a mudança, os adolescentes apenas foram comunicados que, a partir de uma determinada data, seria obrigatório o uso de cortes militares de cabelo para os estudantes do sexo masculino e todos começariam a usar uniformes no modelo militarista.
“Os meninos teriam que usar uma boina e começaria a ter punição para os alunos. “, afirma um denunciante anônimo.
Outra fonte que entrou em contato com o BT e que diz ser mãe de alunos da instituição, afirma que o projeto de Militarismo teria sido imposto aos estudantes, para a revolta dela e de outros pais. Mesmo o colégio informando que as queixas seriam de responsáveis que não compareceram a reunião na qual a mudança teria sido exposta e votada, ela afirma que a escola não informou a nenhum responsável em seu contrato, nem durante sua rematrícula, matrícula ou período de aquisição do material de todo o ano letivo sobre a ideia.
Ela diz ter comparecido à todas as reuniões convocadas pelos professores e não teria sido consultada para a mudança da diretriz educacional: “Eu estava presente, mas agora eles sugeriram que o militarismo iria garantir a “segurança” dos alunos e uma outra senhora disse também que ajudaria a prevenir bullying, suicídio, drogas, etc. Nós nunca soubemos de nada disso ao matricular e agora meus filhos estão com receio de ir a escola”, relatou de forma anônima ao BT.
INCERTEZAS
Segundo uma mãe de um aluno da instituição, nesse novo contexto, ela não sabe o que irá fazer em relação à continuidade dos filhos na instituição. “Ainda não sabemos como vamos proceder pois o investimento foi alto e não temos ideia se ao menos haverá o ressarcimento de valores, tanto das matrículas, como das mensalidades e valores dos materiais que já compramos. Essa situação não é só minha, é de muitos outros pais. Tudo isso foi de caso pensado para que fosse inviável retirá-los (os alunos já matriculados este ano), tudo foi feito de caso pensado, as coisas já encaminhadas e o ano letivo iniciado”, afirma.
Para a fonte ouvida pelo BT, vale destacar que o contrato escolar já firmado no corrente ano de 2023 não fala da implantação do modelo cívico-militar de ensino na unidade do Colégio Madre Celeste no bairro da Marambaia. “Em nenhuma linha do contrato que eu assinei está escrito essa nova proposta de teor militar de ensino. Em nenhum momento foi dito algo nesse sentido. Uma simples reunião não autoriza nada. Tudo deve ser amplamente esclarecido e especificado previamente em contrato e não após o início do ano letivo. Isso é um absurdo. Estamos sem chão, sem saber como proceder”, explica.
O BT entrou em contato novamente com o Colégio Madre Celeste, que, em reposta, enviou a mesma nota de posicionamento que já havia sido enviada na quinta-feira, 02. Nela, a instituição destacou que o novo modelo não seria uma imposição, pois de acordo com a instituição, consultas e reuniões foram e seguem sendo realizadas com os pais e responsáveis dos alunos.
Confira a nota na íntegra: