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Medida cautelar e nota de repúdio da federação de Coaches; O desenrolar do caso Thiago Schutz

O "influenciador" é investigado por ameaçar matar a atriz Livia La Gatto via mensagem nas redes sociais.

Um dos casos mais comentados da semana foi o do “””influenciador””” Thiago Schutz, um ex-participante do reality show “O Crush Perfeito”, da Netflix, que ficou conhecido como o “calvo do Campari” e ganhou as páginas policiais dos portais de notícia ao ameaçar a atriz Lívia La Gatto após ela ter feito um vídeo ironizando declarações machistas de Thiago que tinham viralizado nas redes sociais.

Na mensagem enviada por Thiago para Lívia ele diz: “Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso processo ou bala. Você escolhe”.

Thiago Schutz e Livia La Gatto (Foto: Reprodução)

 Na última quinta-feira, 2, Lívia entrou com um pedido na Polícia Civil de São Paulo para que Schutz, que na verdade se chama Thiago da Cruz Schoba,  fique, no mínimo, 200 metros distante e não dirija a palavra a ela.

A atriz prestou depoimento na delegacia nesta semana após registrar um boletim de ocorrência contra o ex-reality.

AUXÍLIO EMERGICIAL:

Segundo uma consulta feita no Portal da Transparência e veiculada pelo portal G1, Thiago Schutz teria recebido 16 parcelas pagas pelo governo federal na época do Auxílio Emergencial que foi criado para amparar pessoas necessitadas durante a pandemia de Covid-19. Os pagamento foram feitos, segundo o G1, entre junho de 2020 e outubro de 2021: cinco de R$ 600, duas no valor de R$ 300 e sete repasses de R$ 150.

“COACH” REPUDIADO PELA ASSOCIAÇÃO DE COACHES

A International Coaching Federation, associação global de coaches, informou, em nota, que o ex-reality não deveria ser denominado como coach e que o termo é usado, no caso dele, de forma inapropriada.

“A International Coaching Federation no Brasil (ICF Brasil), maior associação global de coaches, manifesta que o uso inapropriado do termo ‘coach’ prejudica fortemente toda a categoria e os profissionais sérios que atuam na área. Ao intitular a pessoa envolvida incorretamente como coach, já que ele sequer se apresenta dessa maneira, reforça a banalização inapropriada desse termo”, diz a nota.

A associação completou a nota afirmando repudiar a violência conta a mulher. “Reforçamos, no entanto, que apoiamos todas as maneiras de combater a violência contra a mulher e torcemos que a justiça, nesse e em todos os demais casos, seja feita com todo o rigor”. A intolerância e o preconceito nunca estarão alinhados à verdadeira missão de qualquer coach profissional, que é trabalhar para o desenvolvimento das pessoas e criar uma parceria em um processo criativo que as instiguem a refletir e se inspirarem a maximizar o seu potencial pessoal e profissional”, concluiu.

RELEMBRE O CASO:

Recentemente, um trecho de um podcast que Schutz participou viralizou. Nele, o coach conta sobre uma situação em que saiu com uma mulher e, enquanto bebia Campari, ela insistiu para que dividisse uma cerveja com ela. Revoltado, ele afirma que ela estava testando seus limites como homem e que não se renderia às suas vontades. No vídeo de La Gatto, ela zomba dos trejeitos do coach ao falar sobre mulheres.

O vídeo viralizou e a atriz Lívia publicou a seguinte sátira:

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Livia La Gatto (@livialagatto)

No Instagram, a atriz postou um print da conversa com Schutz em que ele a ameaça e exige que ela retire o conteúdo do ar em 24 horas. Como opções para a ameaça, ele afirma que, caso o pedido não surtisse efeito, ela responderia por um processo ou levaria tiros. “Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso, processo ou bala. Você escolhe”, escreveu ele na mensagem.

RED PILLS

O grupo conhecido como “red pills” é formado por homens que dizem se opor ao “sistema que favorece as mulheres” por terem alcançado um conhecimento “privilegiado” sobre essas relações. O ex-reality chega a cobrar até R$ 2.500 por uma consultoria para homens que se consideram membros do grupo, segundo pesquisa do jornal Correio Braziliense.

O nome “red pill” faz uma referência completamente deturpada ao filme “Matrix”, de 1999. Lá, o protagonista Neo toma uma pílula vermelha que o ajuda a sair do mundo da Matrix, que não é real, para a verdadeira humanidade.

Outros extremistas já fizeram referência ao longa. As referências foram repudiadas pelas irmãs Wachowski, responsáveis por escrever e dirigir a franquia “Matrix”. Ambas enfrentaram figuras públicas como Ivanka Trump e Elon Musk pelo uso do termo. Lilly e Lana Wachowski são duas mulheres transgêneras e trabalham com ativismo pela causa trans.

*Com informações de Correio Braziliense e Metrópoles.