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‘Eu entendi que precisava entrar no mundo delas’, diz barbeiro que faz sucesso atendendo crianças neurodiversas

O barbeiro Kadu Noah dos Santos, 32, faz sucesso nas redes sociais ao compartilhar as experiências no atendimento à crianças neurodiversas. Nos posts, é possível ver o profissional sentado no chão, correndo de um lado para o outro, na calçada do lado de fora do salão, e em mais diversos outros cenários. E tudo isso para atender da melhor forma clientes muito especiais: crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Foto: Reprodução.

Em entrevista à CRESCER, Kadu, que também atende crianças com Síndrome de Down, falou sobre o atendimento aos pequenos na barbearia em Itajaí (SC). “São crianças que requerem um cuidado diferente. Elas oscilam de humor com facilidade e são muito sensíveis ao barulho. Você precisa ter o feeling de como cada uma vai reagir a cada equipamento, ao cabelo caindo na pele… Eu entendi que com empatia e entrando no mundo delas, ficava mais fácil”, contou.

Kadu contou que o atendimento à crianças com TEA começou a partir do pedido de uma amiga, com um filho com TEA, e que pediu que ele tentasse cortar o cabelo do menino. “Eu nunca me atentei que o atendimento de crianças atípicas era algo para ser estudado. Quando chegava [o cliente], eu fazia. De fato, eu nunca procurei conhecimento sobre esse assunto. Quando os vídeos viralizaram no ano passado, eu entendi essa falta. Foi aí que comecei a me envolver mais. Agora, vou começar um curso de Análise do Comportamento Aplicada (ABA)”, disse.

Foto: Reprodução.

O barbeiro falou, ainda, sobre como funciona o “trabalho de formiga” para conquistar a confiança dos pequenos, desde a chegada até o manuseio dos equipamentos necessários. Ele falou também sobre as famílias que, geralmente, são excluídas de diversos ambientes. “São famílias inteiras que são excluídas de vários ambientes, não só na área da beleza. Eu também sei bem o que é é não ser aceito nos lugares. Sou um homem trans, preto, vindo do interior. É por isso que eu luto não só por mim. Inclusão é direito, dever e obrigação”, finalizou.

Com informações Revista Crescer*